São Paulo – O acordo que garantiu ao PT a manutenção do controle da 1ª Secretaria da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), espécie de “prefeitura” da Casa que permite a indicação de quase 80 cargos, acentuou uma disputa interna entre caciques do partido pela indicação à vaga.
O grupo majoritário da disputa defende a indicação de Teonilio Barba, com o aval do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atual presidente do diretório estadual do partido. A expectativa da bancada, formada pela coligação entre PT e PCdoB, é de que Barba conquiste 12 dos 19 votos.
Contra o grupo, há uma frente de deputados alinhados com o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, que defende a indicação de seu irmão, o deputado Ênio Tatto. O clã dos Tatto busca manter influência no diretório paulista por meio do controle dos cargos relacionados à 1ª Secretaria. A estratégia contraria a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tatto entrou em rota de colisão com Lula desde que buscou aproximação com Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, no fim do ano passado. O presidente fechou acordo com o Psol para a eleição à Prefeitura em 2024, com chapa encabeçada pelo deputado federal Guilherme Boulos.
Alguns petistas acreditam que a questão pode ser resolvida na manhã deste sábado (4/2), durante uma reunião de uma das correntes políticas do partido.
A escolha da 1ª Secretaria
Tradicionalmente, os deputados estaduais têm um acordo para distribuir os cargos da Mesa Diretora conforme o tamanho das bancadas dos partidos. Detentor da segunda maior bancada da Alesp, o PT pleiteia a 1ª Secretaria, posto que comando há mais de duas décadas nos acordos costurados com o PSDB.
Após derrotar os tucanos nas urnas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem trabalhado nos bastidores para colocar na presidência da Alesp o deputado André do Prado (PL), pupilo de Valdemar Costa Neto (PL). O PL terá a maior bancada da Casa na próxima legislatura, com 19 deputados.
Nas últimas semanas, o secretário de Governo, Gilberto Kassab, se reuniu com alguns representantes de partidos – incluindo o próprio PT – para manter o acordo da 1ª Secretária e garantir o apoio dos petistas à eleição de André do Prado.
