Ao STF, estudante da USP presa diz que “orava” em ato golpista

Defesa de estudante de medicina da USP presa após aderir a ato golpista ingressou com pedido de habeas corpus no STF

atualizado 10/02/2023 18:31

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Reprodução/Instagram

São Paulo A estudante de medicina Roberta Jérsyka Oliveira Brasil Soares, de 35 anos, estava orando no momento em que foi presa pela polícia durante o ato golpista de 8 de janeiro, que culminou na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

É o que alega a defesa da aluna da USP em pedido de habeas corpus protocolado nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF). Em janeiro, o Metrópoles contou a história da estudante a partir do relato da mãe dela, viúva de militar que implorou para a filha não viajar de São Paulo a Brasília para participar do ato golpista.

“A universitária foi detida enquanto orava, não estando com qualquer armamento ou sequer qualquer tipo de objeto que fosse possível quebrar algo. Ademais, há câmeras por todos os lados no Congresso Nacional, o que facilmente demonstra a inocência da paciente”, afirma a advogada Carolina Barreto Siebra, que representa Roberta Jérsyka.

A advogada ingressou com o habeas corpus na Corte pedindo a liberdade provisória de sua cliente, presa na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Ela alegou que a conversão de sua prisão em flagrante para preventiva, determinada no dia 20 de janeiro pelo ministro Alexandre de Moraes, descumpriu uma série de parâmetros legais.

O Metrópoles teve acesso ao documento, que foi recebido pelo STF na segunda-feira (6/2). A relatoria do pedido, definida por sorteio, será da ministra Cármen Lúcia.

“Devaneios”

A peça jurídica contém 17 páginas e citações do escritor russo Fiódor Dostoiévski e do filósofo francês Voltaire. Nela, a advogada afirma se tratarem de “devaneios” os argumentos de que Roberta Jérsyka participava dos atos de depredação em Brasília.

“Não há nenhum elemento que se faça plausível para a continuidade da prisão, dado que afirmar que essa jovem tinha a intenção de depor governo eleito e que agiu para depredação do patrimônio público não passa de devaneios, sem nenhum elemento probatório”, diz o documento.

A advogada também critica o fato de os julgamentos terem sido “em massa”, assim como a demora de quatro dias para que Roberta e outros presos passassem por uma audiência de custódia. Além disso, acrescenta que houve coleta de material genético da estudante antes que a prisão fosse convertida para preventiva, algo considerado irregular.

No documento, ela questiona: “Qual o perigo à sociedade e à ordem social que pode trazer uma estudante, sem qualquer antecedente criminal, com residência fixa?”.

Menção à USP

No relato feito ao Metrópoles em janeiro, a mãe da estudante, Roberta Brasil, de 56 anos, se disse “inconformada” com o fato de a filha ter acampado com bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército no Ibirapuera, na capital paulista, porque considerava que ela “deveria estar estudando”.

No habeas corpus impetrado no STF, o fato de Roberta Jérsyka ser aluna de medicina da USP é utilizado como argumento para atestar a “conduta ilibada” da mulher.

“Faz-se necessário pontuar que a Sra. Roberta, ora paciente, é universitária e está cursando medicina pela Universidade de São Paulo (USP), tem residência fixa, bons antecedentes, com conduta ilibada sempre. É sabido que a Justiça é uma instituição acreditada pelos brasileiros e que sua credibilidade não pode ser marcada por arbitrariedades em nenhum sentido”, afirma a defesa.

No Twitter, um dos colegas de Roberta Jérsyka na faculdade relatou que ela perdeu provas na USP, após as eleições, porque estava no acampamento bolsonarista e não em sala de aula.

Ao STF, a advogada da estudante pede que a prisão em flagrante seja relaxada ou que Roberta receba a liberdade provisória “com ou sem medidas cautelares e com ou sem fiança”. Um mês após os atos golpistas, 942 pessoas suspeitas de envolvimento nos ataques continuam presas em Brasília.

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