São Paulo – Um motorista de aplicativo de 27 anos ficou paraplégico, após um assalto, ocorrido no último dia 23 em Vargem Grande Paulista, na região metropolitana de São Paulo. A vítima permanece internada no hospital de Cotia, também na Grande São Paulo, sem risco de morrer.
A Polícia Civil já identificou dois criminosos envolvidos na tentativa de latrocínio (roubo com morte). Um deles, de 22 anos, já responde a dois processos por extorsão mediante sequestro, com transferências via Pix, na 3ª Delegacia Antissequestro do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Uma terceira suspeita, identificada como Tainan Miranda da Luz foi presa no Pará, nessa quinta-feira (2/1). A conta dela foi usada, segundo as investigações, para solicitar a corrida em São Paulo.
A identidade dos dois bandidos, já identificados, não foi informada pois há um mandado de prisão expedido, por ora, somente contra um deles. A polícia aguarda que a Justiça se manifeste sobre a prisão do outro criminoso, já solicitada pela Delegacia da Grande São Paulo, para posteriormente tornar público os nomes de ambos.
O delegado Marcos Loreto, titular da Delegacia de Vargem Grande Paulista, afirmou nesta sexta-feira (3/1) ao Metrópoles que a vítima foi ferida, nas costas, quando tentou fugir dos assaltantes. Segundo o policial, o motorista chegou à Rua dos Bancários acreditando que faria uma corrida com uma mulher, pois a conta de Tainan foi usada para solicitar a viagem.
Chegando no local, um dos ladrões embarcou no banco traseiro e aplicou uma chave de braço no pescoço do motorista. O outro criminoso obrigou a vítima a sentar no banco do passageiro, assumindo o volante do carro. “Quando o criminoso colocava o cinto de segurança, a vítima tentou abrir a porta do passageiro e correr. O ladrão que estava no volante o segurou e o outro, no banco de trás, atirou”, disse o delegado.
O motorista caiu no asfalto e os criminosos fugiram em seguida, levando o carro e o celular da vítima, ferida com um tiro nas costas. O veículo foi encontrado no dia seguinte.
A vítima foi encaminhada por uma Unidade de Resgate dos bombeiros ao Hospital de Cotia.
Sequestro-relâmpago
O delegado da Grande São Paulo afirmou acreditar que o objetivo dos criminosos seria levar o motorista para um cativeiro, de onde iriam realizar transferências bancárias via Pix. “A vítima nos falou que ofereceu o carro, celular, tudo o que tinha para os criminosos levarem. Mas eles insistiram em manter o rapaz no carro. Ele tentou fugir acreditando que seria levado para um cativeiro.”
A mulher presa em outro estado foi identificada com a ajuda da Uber, de acordo com a polícia. O perfil dela foi usado no Para, de onde foi solicitada a viagem em São Paulo. À polícia, Tainan afirmou ter ciência de que seu perfil havia sido usado, acrescentando desconhecer que seria para uma ação criminosa.
Uber
A Uber lamentou, em nota, o fato de motoristas parceiros que “buscam gerar renda para suas famílias”, como a vitima que ficou paraplégica, “sejam alvo da violência que permeia nossa sociedade e da brutalidade dos criminosos.”
O aplicativo acrescentou que “todas as viagens” feitas por meio da plataforma são cobertas por um seguro, tanto para passageiros como para motoristas. “A seguradora Chubb já foi acionada e está buscando contato com a vítima”, diz trecho de nota.
A conta usada para acionar a viagem, que resultou nos ferimentos graves ao motorista, foi desativada, ainda segundo a nota. “A empresa permanece à disposição das autoridades para auxiliar no curso das investigações, nos termos da lei.”
