São Paulo – João Vitor Alcântara, de 22 anos, permaneceu oito dias foragido, após assassinar e gravar sua confissão em vídeo, feito com celular, a companheira Rafael Cristina Barroso da Silva, de 25 anos, em 23 de janeiro na cidade de Santa Bárbara D’Oeste, no interior paulista.
Ele foi encontrado pela Polícia Civil em Vargem Grande do Sul, cidade do interior paulista próxima ao sul de Minas Gerais, no último dia 31.
“Mãe, eu matei a Rafaela, ela me tirou do sério, não é de hoje, é de sempre”, afirmou Alcântara no registro, enquanto é possível ver os pés da vítima, caída no chão, ensanguentada.
“Tô indo embora, eu amo vocês, cuida da minha filha, fica com Deus, tchau mãe, eu amo vocês, eu amo todo mundo”, afirma o suspeito antes de interromper o vídeo, no qual é possível ouvir sons de uma criança ao fundo.
Após o feminicídio, crime resultante do fato de a vítima ser mulher, o autor confesso do crime usou o carro da vítima, um Ford K preto, para fugir. O veículo foi encontrado, batido em uma árvore, a cerca de três quilômetros de distância do local do crime.
Dentro do carro, a polícia encontrou o documento de identidade de Alcântara, além de uma faca, provavelmente a usada no crime.
Rafaela foi esfaqueada ao menos sete vezes. Ela foi atingida, segundo registros policiais, no tórax, cabeça e braços. A vítima e o autor do crime estavam juntos há cerca de um ano e meio.
Rafaela chegou a ser encaminhada ao pronto-socorro Afonso Ramos, onde não resistiu aos ferimentos. Ela deixa cinco filhos, incluindo uma menina de 10 meses que teve com o indiciado.
O caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santa Bárbara D’Oeste.
Um feminicídio da cada dois dias
Ao todo, 187 mulheres foram vítimas de feminicídio em São Paulo em 2022, segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo.
Isso equivale a uma morte a cada dois dias. Na comparação com o mesmo período de 2021, com 136 casos, a alta é de 37,5%.
