GCM deu 11 tiros contra dupla desarmada que morreu ao tentar roubo

Guarda-civil municipal de Embu das Artes testemunhou assalto e atirou contra dupla desarmada que tentou fugir correndo

atualizado 28/02/2023 15:02

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assalto embu das artes Reprodução

São Paulo – O guarda-civil municipal Clayton Silva Santana, de 42 anos, atirou ao menos 11 vezes contra dois criminosos que morreram, durante um assalto, na madrugada dessa segunda-feira (27/2), em Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo.

A dupla havia acabado de roubar o celular de um homem, de 56 anos, que caminhava pela Estrada dos Moraes. Uma câmera de monitoramento registrou o momento no qual Jairo Souza de Sena e Ederson Oliveira da Conceição Júnior, aparentemente desarmados, abordaram a vítima.

Após entregar o celular, o homem empurrou e caiu junto com os criminosos. O GCM chegou em seguida, com sua moto, já atirando.

Sena e Júnior tentaram fugir correndo e caíram, alguns metros adiante. Ambos morreram no local.

Apesar de nenhuma arma, nem mesmo de brinquedo, ter sido encontrada com a dupla, o caso foi registrado como legítima defesa e homicídio em decorrência à intervenção policial, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

Em seu depoimento à Polícia Civil de Embu das Artes, o GCM afirmou que, ao abordar os criminosos, gritou: “parados, polícia”. Por isso, segue o relato, os suspeitos tentaram fugir, a pé. O guarda alegou ainda que, durante a fuga, um dos ladrões teria colocado a mão na cintura, “como se fosse sacar uma arma, o que o levou [guarda] a abrir fogo.”

“Devido à emoção e adrenalina do momento, Clayton disse não ter certeza de quantos disparos foram efetuados ou se os criminosos chegaram a revidar [com] tiros contra ele”, afirma trecho de registros da Polícia Civil de Embu das Artes.

As imagens, feitas pela câmera de monitoramento, mostram que o GCM já chegou atirando. Foram os disparos que provocaram a correria da dupla de assaltantes.

Após a pistola calibre 9 milímetros usada pelo guarda-civil ser apreendida, a polícia constatou que ele havia disparado 11 das 13 munições da arma.

Em nenhum trecho do documento policial é mencionado que a dupla morta estava armada.

Investigar “razoabilidade” da ação

Para Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia precisa investigar a “razoabilidade” da ação do guarda.

“Acho que 11 tiros numa situação como essa, que o sujeito está correndo e tudo mais, não é a coisa mais razoável a ser feita. Então, pode sim ter um excesso na legítima defesa. Agora, só uma investigação apurada vai ver isso com todos os elementos, pois não é só a imagem que deve ser levada em conta.”

Polícia e GCM

O Metrópoles questionou a SSP se a Polícia Civil irá investigar um possível excesso por parte do GCM, por ter atirado 11 vezes contra os suspeitos desarmados.

A pasta se limitou a afirmar que “foram requisitados exames periciais”, acrescentando que o caso foi registrado como “roubo, legítima defesa e homicídio em decorrência à intervenção policial.”

A GCM de Embu das Artes também foi procurada.

Em nota, a corporação afirmou, por meio da assessoria de imprensa da prefeitura, “ter ciência da ação ocorrida”, mas sem comentar o eventual excesso do agente.

 

 

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