São Paulo – A Polícia Civil investiga o advogado Marco Antônio Pereira de Sousa Bento, conhecido como Paçoca, por suspeita de associação criminosa, sequestro e tortura. Na semana passada, foi deflagrada a segunda fase da Operação Pablo Escobar, que teve Marco Antônio como principal alvo.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão na casa do advogado e em endereços ligados a outros suspeitos.
Os agentes apreenderam quatro veículos, um simulacro de arma de fogo, 11 aparelhos celulares, um notebook e diversos documentos.
Na primeira fase da operação, realizada em setembro do ano passado, a polícia prendeu o traficante Anderson Lacerda Pereira, conhecido como Gordão, um dos homens mais procurados do país até então.
A suspeita dos investigadores é que Paçoca tenha coordenado, no ano passado, um sequestro com tortura a mando de Gordão. A vítima teria sido um ex-funcionário do traficante que teria desviado o dinheiro dele.
Os suspeitos teriam agredido e obrigado a vítima a gravar vídeos confessando os desvios.
Um dos endereços em que as buscas foram realizadas foi um sítio de Paçoca, em Santa Isabel, onde a vítima foi mantida em cativeiro.
Prisão de Gordão
Levantamento feito pela Polícia Civil de São Paulo, obtido pelo Metrópoles em 2021, mostra que Anderson Lacerda Pereira controlava ou estava prestes a controlar pelo menos 97 imóveis em junho de 2020. Investigadores identificaram que 86 propriedades atribuídas a Gordão – também em nome de laranjas – valem R$ 130 milhões no mercado.
O homem também é acusado de ter montado 38 clínicas médicas e odontológicas na Grande São Paulo, além de ter adquirido 15 mansões no município de Arujá. Uma das unidades de saúde seria utilizada para atender integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), baleados em conflitos policiais.
Pereira é acusado de enviar cocaína para a Europa e, em 2017, foi condenado por tráfico internacional de drogas.
Gordão foi capturado em setembro em um restaurante no bairro Vila Real, em Poá.
