Perfis nas redes exaltam massacres em escolas e seus autores

Reportagem identificou 41 perfis no Twitter nas quais são compartilhadas imagens de assassinos, que são tratados com idolatria

atualizado 29/03/2023 8:10

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Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Os massacres em escolas chocam a sociedade, mas também despertam adoração dentro de um círculo restrito de pessoas que mantêm perfis em redes sociais para exaltarem a violência e estimularem atentados como o que ocorreu na última segunda-feira (27/3) em uma escola estadual na capital paulista.

O Metrópoles identificou 41 perfis no Twitter nos quais os responsáveis compartilham fotos de assassinos, em montagens que idolatram criminosos.

O ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na manhã de segunda-feira, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, já consta entre algumas postagens. O atentado executado por um adolescente de 13 anos matou esfaqueada a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e deixou outras quatro pessoas feridas.

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Ataque ocorreu na escola Escola Estadual Thomazia Montoro

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Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas

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Aluno que matou professora sai da delegacia

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Polícia Militar na escola onde ocorreu o ataque

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Testemunhas contam o terror que viveram

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Maria do Livramento, mãe de aluno

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Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, durante entrevista para a imprensa

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Renato Feder, secretário de Educação, durante entrevista para a imprensa

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Nos compartilhamentos na rede social fica evidente a inspiração do autor do ataque no Massacre de Suzano, no qual sete pessoas foram mortas em uma escola estadual da cidade, em março de 2019. A dupla de assassinos também matou um tio deles, antes de entrar na unidade de ensino, e se suicidou após o ataque.

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, são presença constantes nos perfis, que em alguns casos elogiam a beleza física dos assassinos de Suzano, da mesma forma como é feito com os autores do massacre de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999. Muitos dos perfis usam as fotos de Taucci, postadas pelo criminoso na internet antes do ataque à escola de Suzano.

Nessa terça-feira (28/3), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, chamou a atenção para o “efeito contágio” desses crimes de grande comoção. Segundo a polícia, em menos de 48 horas após o atentado na Vila Sônia, foram registrados sete boletins de ocorrência envolvendo planos de ataques a outras escolas na Grande São Paulo.

 

Em postagens feitas na terça (28/3), perfil insinua que pode matar os próprios pais

Mesma pose e máscara

O adolescente que matou a professora Elisabeth na segunda-feira também se fotografou antes do ataque, copiando as poses de Taucci, cujo nome também era usado pelo estudante em seu perfil na rede social.

Um outro perfil que usa o mesmo nome – com uma imagem de máscara semelhante à usada no Massacre de Suzano e também pelo autor do ataque de segunda – compartilhou mensagens violentas na madrugada dessa terça-feira (28/3).

“Eu adoro matar pessoas. Eu adoro vê-las morrer. Eu atiro em suas cabeças, e elas se balançam e se contorcem por todo o lugar e depois simplesmente param. Ou as corto com uma faca e vejo seus rostos ficarem muito brancos. Eu amo todo aquele sangue”, diz uma das postagens.

Interação

Uma das postagens que fala sobre “ir à guerra” foi respondida por outra conta que também faz referência ao autor do Massacre de Suzano, questionando “o que estaria perto”. A descrição do interlocutor alerta para que “nunca [se] faça bullying como ninguém, [porque] a vingança será terrível.”

O estudante apreendido segunda-feira, após o ataque à escola na zona oeste, mencionou o bullying sofrido nas escolas pelas quais passou como o motivo para o ataque. O tema é recorrente entre as contas checadas pela reportagem.

O aluno que matou a professora de biologia também afirmou, em depoimento à polícia, que sua ideia era matar ao menos duas pessoas, aleatoriamente, e em seguida se suicidar – mostrando mais uma vez a influência do caso de Suzano.

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