Onda de assaltos causa reação e espancamento em bairro do centro de SP

Entroncamento próximo ao Minhocão, na Santa Cecília, tem onda de assaltos e espancamento de ladrões por vítimas e moradores do entorno

atualizado 09/12/2023 19:32

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Imagem mostra pichação sobre calçada - Metrópoles William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — Um cruzamento no bairro da Santa Cecília, na região central de São Paulo, virou uma arapuca para motoristas no período noturno, com furtos e roubos de celular em série. A reação de vítimas dos assaltos e de moradores do entorno tem sido também violenta, com relatos de espancamentos de suspeitos de cometerem os crimes, a exemplo do que tem ocorrido no Rio de Janeiro, e pichação com ameaças.

O encontro das ruas Sebastião Pereira e Frederico Abranches, na altura da Praça Alfredo Paulino, é conhecido por todos que trabalham ou moram por perto como lugar de reunião de ladrões de celular, principalmente depois das 20h, quando o Elevado João Goulart, o Minhocão, é fechado para carros, e o trânsito, desviado para a parte inferior.

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Pichação com ameaça a ladrões de celular na região da Santa Cecília, em São Paulo

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Placa alerta para risco de furtos e roubos de celular nas proximidades de sauna, na Santa Cecília, em São Paulo

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Trânsito no entroncamento das ruas Sebastião Pereira e Frederico Abranches, na Santa Cecília, em São Paulo

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Trânsito no entroncamento das ruas Sebastião Pereira e Frederico Abranches, na Santa Cecília, em São Paulo

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Trânsito no entroncamento das ruas Sebastião Pereira e Frederico Abranches, na Santa Cecília, em São Paulo

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Trânsito no entroncamento das ruas Sebastião Pereira e Frederico Abranches, na Santa Cecília, em São Paulo

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Embora a Polícia Civil tenha registrado cerca de 40 furtos e roubos de celular entre março e outubro (dados mais recentes) nas duas ruas, quem vive ou trabalha no local fala que os assaltos acontecem às dezenas por semana.

“São muitos, muitos roubos. Demais. Os moradores dos prédios gritam, eles [ladrões] fazem que vão embora e depois voltam. Até com pedaço de pau os moradores já desceram para pegá-los aqui. Ninguém aguenta mais, Deus me livre”, disse uma aposentada de 65 anos.

Enquanto a reportagem do Metrópoles conversava com a aposentada e um vigia do Minhocão, na última quinta-feira (7/12), houve buzinaço e gritaria, seguidos de um rapaz correndo entre os carros, com uma blusa sobre o braço, acompanhado logo depois por mais outros dois jovens. Todos subiram a alça de acesso ao elevado.

Segundo pessoas ouvidas pela reportagem e que presenciaram a ação, o trio faz parte do bando de ladrões. Havia uma viatura da Polícia Militar cerca de 150 metros distante do local — que não se movimentou.

A quadrilha é formada principalmente por infratores que parecem ser adolescentes. Meninas também fazem parte do grupo que comete assaltos.

Testemunhas contaram à reportagem que as garotas caminham com o próprio celular em meio aos carros e pela calçada. A estratégia serve para identificar vítimas em potencial, demonstrar tranquilidade e fazer com que as pessoas baixem a guarda. Também fazem isso para, ao notar a movimentação policial, alertar os comparsas.

O entorno do entroncamento das duas ruas também é afetado pela criminalidade. Chega a tal ponto que uma sauna a 50 metros dali instalou um totem alertando que se trata de “zona de risco” de assaltos. “Fique atento ao seu celular e pertences”, diz.

Espancamentos e ameaça

No encontro das ruas, na Praça Alfredo Paulino, havia nesta semana a pichação “Aqui não é lugar de ladrões! Prisão ou Caixão”. Segundo testemunhas, a ameaça foi pichada pela moradora de um prédio vizinho que desceu até o local com um porrete na mão. A intimidação não surtiu qualquer efeito, porque os crimes continuaram a acontecer como anteriormente.

Há também relatos de espancamento de jovens identificados como ladrões, como tem ocorrido em Copacabana, no Rio de Janeiro. Em um dos casos, após um assalto, um motoqueiro encurralou um dos suspeitos de cometer o crime contra as grades do entorno do Minhocão. Segundo testemunhas, pessoas que vivem na região foram até o local e também participaram das agressões.

No dia seguinte, quem apanhou estava na mesma área, com rosto arranhado, cometendo novos crimes, de acordo com quem presenciou tudo.

Pelo menos cinco testemunhas, em momentos diferentes, na quarta (6/12) e na quinta-feira (7/12), contaram que não teria sido a única vez em que um suspeito de roubo foi agredido e que esse tipo de reação tem se tornado cada vez mais frequente com o aumento de assaltos no local.

À sensação de insegurança soma-se o fato de que uma base-móvel da Polícia Militar foi removida do Largo Santa Cecília nesta semana, sem previsão de retorno.

O que dizem as autoridades

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que tornou a região central uma de suas principais prioridades, reforçando o policiamento com a adição de 120 PMs desde o início do ano.

A Polícia Civil afirma que, até o momento, não foram localizados os registros dos casos de espancamento, “mas está à disposição das vítimas para ouvi-las e registrar as ocorrências”.

Segundo a SSP, a partir de setembro, iniciou-se o processo de “tornozelamento de infratores” liberados em audiências de custódia na capital e se firmou um Termo de Cooperação com o Poder Judiciário para facilitar a identificação e comunicação, por parte dos policiais, de criminosos que violam as condições de penas ou medidas alternativas em todo o estado. “Desde julho, mais de 250 casos na região central foram identificados e comunicados ao Poder Judiciário”, afirma.

A pasta cita aumento no número de detidos e redução nos índices de roubos e furtos, entre outros.

A SSP não se manifestou sobre a remoção da base da PM do entorno da estação Santa Cecília.

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