São Paulo – Paulistanos que trabalham na região da Avenida Santo Amaro, no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, têm enfrentado longos congestionamentos por causa das obras de modernização da via.
Desde o dia 2 de setembro, as três faixas da avenida no sentido centro estão interditadas e o fluxo de veículos foi redistribuído para a pista sentido bairro.
A mudança deixou o trânsito na via caótico e impactou também as ruas no entorno. “Prejudica demais o fluxo”, afirma Silvana Souza, proprietária de um restaurante na Av. Santo Amaro.
O transtorno é ainda maior quando outros problemas atingem o bairro, como nessa terça-feira (12/9), quando um acidente na região fez com que Silvana levasse duas horas no trajeto entre sua casa, no Morumbi, e o trabalho.
“Eu precisei descer e pegar outro Uber para que eu conseguisse chegar até aqui”, afirma a comerciante.
Para evitar atrasos, um dos funcionários do restaurante dela tem saído de casa três horas antes de entrar no trabalho.
Os relatos também são parecidos no bar de Mara Marques da Silva. Dona do espaço há 15 anos, ela conta que sua funcionária tem levado uma hora para fazer um percurso que antes era feito em menos de 15 minutos.
“Todo mundo tá reclamando. As meninas descem do ônibus pra vir a pé”, afirma Mara.
A comerciante também reclama do impacto da obra no negócio. “Nosso movimento já estava ruim com a pandemia, com a obra piorou”, diz a empresária.
“Eles têm que agilizar se não muita gente vai fechar, não vai aguentar o baque”, afirma Mara.
O impacto no trânsito se estende para toda a região e vai além dos horários de pico. O ambulante Israel Gomes andava a pé pela avenida ao meio-dia desta quarta-feira (13/9) depois de desistir de fazer o percurso de ônibus antes mesmo de chegar ao trecho interditado.
Ele conta que, desde o início de setembro, tem levado quase duas horas no trajeto de ônibus pela avenida.
Por isso, optou nos últimos dias por fazer parte do percurso a pé, da altura da Avenida Bandeirantes até o túnel da Avenida São Gabriel. A caminhada leva no mínimo 40 minutos. “Se for de ônibus é 1h40, 1h50”, diz ele.
A Prefeitura indica que a população procure caminhos alternativos durante o período de interdição. A obra deve terminar em abril de 2024, segundo previsão da gestão Ricardo Nunes (Republicanos), e incluirá mudanças no corredor e paradas de ônibus, nova iluminação em LED, ampliação das calçadas e enterramento de cabos.
A administração municipal afirma que agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tem prestado auxílio no local, e que foram instaladas sinalizações para alertar os motoristas sobre as obras.
