Novo vídeo mostra PM agredindo suspeito antes de ser hostilizado na rua

Imagens mostram que soldado da PM foi alvo de pedradas e garrafadas de populares após render e agredir homem na região central de São Paulo

atualizado 15/06/2023 20:26

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Reprodução/Arquivo Pessoal

São Paulo – Um novo vídeo, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, mostra que o policial militar roubado e apedrejado no sábado (10/6), durante uma abordagem na região da Sé, centro da capital paulista, agrediu o suspeito antes de ser atacado. Preso na ocasião, Ricardo Ossamu Yamashita, de 50 anos, reportou as agressões em seu depoimento à Polícia Civil.

Ricardo estava na garupa de uma moto interceptada pelo soldado da PM Abner Fernandes Pinto, de 33 anos. Inicialmente, a PM informou que o suspeito e o homem que dirigiam a moto tentaram fugir da abordagem. O novo vídeo, contudo, mostra Ricardo atendendo à ordem policial e saltando da moto, sem tentar fugir. As agressões começam em seguida (assista abaixo).

 

Ricardo, mostra o vídeo, é atingido pelo policial com um golpe na cabeça. Após cair, leva um chute na região do abdômen. Ele levanta e então é algemado. Sem motivo aparente, o policial Abner aplica uma rasteira que volta a derrubar o suspeito, já rendido e com as mãos imobilizadas para trás.

A ação policial chama a atenção de pessoas na rua, que começam a hostilizar o soldado e atirar pedras e garrafas contra ele. Conduzindo o suspeito, Abner tenta se proteger em frente a uma loja. O policial chega a dar tiros para o alto para afastar os agressores.

Mesmo atirando para o alto, o policial não consegue inibir a aproximação de populares. Um homem tenta até retirar a arma da mão do PM, sem sucesso. A moto do policial foi depredada e teve a chave e um talão de multas levados.

Em meio a esse ataque de populares, um homem usando a camiseta do Palmeiras se aproxima do PM. Imagens feitas por uma testemunha pelo celular mostram que ele estica a mão em direção ao cinturão do policial e consegue retirar um objeto – segundo a Polícia Civil, seria o carregador da pistola do PM, com 15 munições.

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Ele pega o carrregador, com a mão direita, e se distancia
O criminoso corre e avisa aos comparsas que pegou o carregador do PM
Outros criminosos se aproximam e tentam arrancar a arma da mão do policial e libertar o suspeito preso
O PM atira para o alto enquanto impede que criminoso preso seja resgatado
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Criminoso, de verde, estica o braço até o cinturão do PM, onde fica o carregador da arma do policial

Reprodução/Arquivo Pessoal
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Ele pega o carrregador, com a mão direita, e se distancia

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O criminoso corre e avisa aos comparsas que pegou o carregador do PM

Reprodução/Arquivo Pessoal
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Outros criminosos se aproximam e tentam arrancar a arma da mão do policial e libertar o suspeito preso

Reprodução/Arquivo Pessoal
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O PM atira para o alto enquanto impede que criminoso preso seja resgatado

O tumulto se arrasta por cerca de dois minutos, até que mais policiais chegam ao local para dar apoio ao soldado Abner.  Todos são levados para o 8º DP (Brás).

O homem que dirigia a motocicleta não foi preso até o momento, assim como o homem com a camiseta do Palmeiras. As munições e o carregador do PM foram recuperados horas depois, após serem deixados em um posto de combustíveis.

Na delegacia, Ricardo foi preso em flagrante pelo roubo do carregador e indiciado por desobediência.

“Prisão ilegal”

O advogado Reinalds Klemps, que defende Ricardo, questiona o flagrante atribuído ao seu cliente. “A prisão de Ricardo é ilegal”, afirmou ao Metrópoles nesta quinta-feira (15/6).

“Não existe crime de desobediência, uma vez que o acusado era apenas o passageiro da motocicleta. No que tange ao crime de roubo, ele não foi perpetrado pelo acusado e existe uma mera suspeita do policial, que acredita em seu envolvimento pela sua proximidade junto ao cinto tático. Porém, tal alegação é incoerente já que o acusado estava algemado e imobilizado pelo agente policial.”

Klemps acrescentou que a abordagem do soldado foi “truculenta”, o que teria provocado a “hostilização da população local”. “A defesa requereu a revogação da prisão de Ricardo diante dos fatos e aguarda pela sua liberdade”, disse.

 

PM e SSP

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a PM foram questionadas sobre o novo vídeo e sobre as agressões praticadas pelo policial militar. Nenhum posicionamento havia sido encaminhado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

À época da ocorrência, a PM afirmou em nota que “todas as circunstâncias envolvendo o fato” estavam sendo apuradas.

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