São Paulo – As duas advogadas de defesa do influencer evangélico Victor Bonato, de 27 anos, preso sob a suspeita de estuprar três fiéis, compartilharam uma nota, em uma rede social do pregador, afirmando que irão “comprovar a inocência dele”.
Graciele Queiroz, apontada na nota como especialista em “falsas acusações de abuso sexual”, e Samara Batista Santos chamam de “alegações injustas” as denúncias contra Bonato. As acusações foram feitas à polícia pelas vítimas — duas estudantes de medicina, de 19 e 20 anos, e uma empresária de 24 anos.
“Mantemos nossa crença na presunção de inocência e no compromisso com a busca de verdade. Trabalharemos para assegurar a justiça e contestar alegações injustas”, diz a nota.
As advogadas afirmam que vão trabalhar para “provar a inocência” do influenciador evangélico. Ambas acrescentam compreender “a sensibilidade do caso” e enfatizam “o respeito ao devido processo legal”.
Victor segue atrás das grades por força de um mandado de prisão temporária, expedido pela Justiça após a Polícia Civil coletar provas e relatos sobre os abusos atribuídos a ele.
Especialista em estupro
Graciele fez a defesa do jogador João Diego, do Botafogo de Ribeirão Preto, suspeito de injuriar sexualmente uma jovem, com outros dois atletas, quando estavam em um hotel na capital carioca, em setembro do ano passado. Na ocasião, João foi indiciado por importunação sexual. Graciele afirma que ele é inocente, como mostrado pelo Metrópoles.
Apesar de não ser advogado de Daniel Alves, Graciele chamou atenção na internet após publicar em uma rede social uma tese em que defende a inocência do atleta.
Daniel é acusado de agressão sexual contra uma moça em uma boate de Barcelona, na Espanha. O crime ocorreu no fim de 2022. Desde que o caso veio à tona, Alves mudou sua versão sobre os acontecimentos em diversas oportunidades. Em contrapartida, a vítima, de 23 anos, manteve inalterado seu relato inicial.
Preso na Espanha desde janeiro, a previsão é a de que o jogador seja julgado entre outubro e novembro. Em agosto, a Justiça declarou que as investigações haviam sido encerradas.
Prisão
O Metrópoles revelou, nesse sábado (7/10), que Victor Bonato foi alvo de um mandado de prisão temporária no fim de setembro, acusado de estupro mediante fraude. Os policiais apreenderam o celular do suspeito, um iPhone 14, para analisar suas mensagens.
Um dia antes de ser preso, o influencer evangélico postou um vídeo nas redes sociais no qual confessa ter cometido “pecados” e pede “perdão às meninas” (veja abaixo).
Segundo a investigação, ele foi denunciado por três mulheres, com idades entre 19 e 24 anos, que alegaram terem sido estupradas entre janeiro e setembro deste ano. Os crimes teriam acontecido fora do espaço religioso. Para a Polícia Civil, o suspeito se valia da condição de liderança no grupo para abusar sexualmente das fiéis.
O processo está sob segredo de Justiça. Em nota, a advogada Samara Batista Santos, uma das responsáveis pela defesa, afirma que Bonato “nega veementemente as alegações contra ele”, mas que não pode “fornecer detalhes específicos”.
Em um vídeo, a defensora afirma que “ter múltiplos relacionamentos não é crime”.
Pregador de ricos
Victor de Paulo Gonçalves nasceu em Muriaé, no interior de Minas Gerais, e adotou a identidade de Victor Bonato, o sobrenome do pai. Antes de ser preso, ele morava em um apartamento em Alphaville, alugado no nome da mãe, por R$ 5,2 mil ao mês, fora o condomínio.
Em agosto, semanas antes de ser investigado pela Polícia Civil, Bonato concedeu entrevista ao podcast Gospelmente. Na ocasião, o líder religioso contou que escolheu o local justamente por causa do público de alto poder aquisitivo.
