MPSP investigará recusa de livros didáticos pelo governo Tarcísio

Promotora do MPSP questiona impacto pedagógico e na saúde e cobra explicações da Secretaria da Educação do governo Tarcísio

atualizado 05/08/2023 19:42

Compartilhar notícia
Sala de aula Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou nesta quinta-feira (3/8) um inquérito civil para investigar a decisão do governo Tarcísio de Freitas de recusar livros didáticos nas escolas estaduais a partir do 6º ano.

A medida foi muito criticada por professores e alunos ouvidos pelo Metrópoles, que citam a falta de infraestrutura das escolas e defendem que o material impresso é uma ferramenta importante para guiar os estudos.

Ao abrir o inquérito, a promotora Fernanda Peixoto Cassiano questionou o fato de que, com essa decisão, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) optou por abrir mão de R$ 120 milhões que teria direito de receber pelo Programa Nacional do Livro Didático.

Essa é a primeira vez que São Paulo fica fora do programa, destinado a comprar livros didáticos para os Estados com verbas do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, do MEC.

A promotora citou também o fato de o governo ter anunciado que será o responsável pela elaboração do conteúdo didático e cobrou informações sobre quem serão as pessoas e as empresas que irão elaborar esse material, além dos custos da operação, e se essa decisão não afetará “o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, bem como as peculiaridades sociais, regionais e culturais”.

Fernanda Cassiano perguntou ainda sobre os prejuízos do uso excessivo de tecnologia na infância e na adolescência. Ela citou um relatório da Unesco sobre o tema e sugeriu um adiamento da decisão para o aprofundamento do debate. Além disso, cobrou uma resposta sobre os impactos pedagógicos da adoção de obras apenas digitais.

O governo terá dez dias para responder a todos os questionamentos. A promotora afirmou que poderão ser tomadas medidas judiciais.

A Secretaria de Educação foi procurada pelo Metrópoles, informou que foi notificada pelo MP e irá responder aos questionamentos do órgão.

Associação critica secretário

A Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos (Abrale) divulgou nota na qual critica o secretário da Educação, Renato Feder, e afirma que ele desconhece por completo os materiais didáticos produzidos no âmbito do PNLD.

Feder disse que o material da rede paulista é vivo, pois contém vídeos e links clicáveis, figuras, imagens 3D, jogos, o que foi rebatido pela associação.

A entidade explica que os materiais do PNLD são mais vivos, já que “contém diversos recursos didáticos digitais alinhados aos livros impressos”. Além disso, diz, “os livros impressos e recursos digitais apresentam centenas de imagens, figuras, gráficos, mapas atrelados aos textos, variadas seções, boxes e outras atividades”.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar
Sair da versão mobile