MP investiga Prefeitura por plano para tirar barraca de morador de rua

MPSP abriu inquérito civil para apurar plano da Prefeitura para tirar barraca de morador de rua, anunciado em entrevista ao Metrópoles

atualizado 10/02/2023 12:44

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Barracas no centro de SP Reprodução/Google Street View

São Paulo – O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou inquérito civil para investigar a Prefeitura da capital pelo plano de voltar a recolher barracas de moradores de rua que se negarem a receber acolhimento.

A investigação da Promotoria de Justiça e Direitos Humanos foi aberta após a entrevista do subprefeito da Sé, coronel Alvaro Camilo, ao Metrópoles, publicada na segunda-feira (6/2).

Nela, o novo gestor do centro de São Paulo afirma que equipes municipais vão, gradativamente, impedir a montagem de barracas durante o dia e atuar para retirar pessoas de locais onde haveria “risco de morte”.

Na Cracolândia, Camilo afirmou ser necessário “resgatar as pessoas”, mas também “pensar nos moradores e comerciantes”.

“A ideia é trabalhar com inteligência para evitar que se chegue ao ponto de ocupar o território. Vai chegar o momento que vai precisar usar munição química? Vai”, disse Camilo ao Metrópoles.

Para a Promotoria, as falas do subprefeito “configuram, sem sombra de dúvidas, um desvio de função no que diz respeito ao regulamento municipal das atividades de zeladoria urbana”.

O inquérito, instaurado nessa quinta-feira (9/2) também responde à representação apresentada pela deputada federal Erika Hilton (Psol).

Providências

Agora, a promotoria quer investigar se as orientações foram instituídas pelo subprefeito da Sé e quais providências foram adotadas pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMDS) após a entrevista.

“Essa atividade de limpeza urbana não pode se dirigir às pessoas em situação de rua em si ou aos seus pertences, mas apenas à manutenção do espaço público, o que deve acontecer respeitados os direitos humanos daquelas e daqueles que vivem nas ruas”, escreve a promotora Anna Trotta Yaryd, no documento.

Na portaria, a promotora também afirma que a legislação vigente impede o recolhimento de barracas e itens pessoais de pessoas em situação de rua e alerta para a responsabilização em caso de descumprimento.

“A atuação em desconformidade com os procedimentos poderá ensejar a responsabilização legal dos agentes e seus mandantes, inclusive Guardas Civis Metropolitanos e seus comandantes, cabendo se destacar que a eventual apreensão irregular e ilícita de bens alheios poderá caracterizar, em tese, prática de improbidade administrativa, além, se houver violência, do crime de violência arbitrária”.

Em nota, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) diz não ter sido notificada ainda da investigação.

“A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé e da Procuradoria Geral do Município, não foi acionada, até o momento, pelo Ministério Público em relação ao inquérito mencionado”, afirma. “A Subprefeitura prestará os esclarecimentos devidos assim que for notificada”.

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