São Paulo — Com apoio de vereadores do PT e da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o vereador Milton Leite (União) foi reeleito nesta sexta-feira (15/12) como presidente da Câmara Municipal de São Paulo pelo quarto mandato consecutivo.
Ele obteve apoio de 49 dos 55 vereadores da Casa e só pôde concorrer novamente a uma inédita terceira reeleição após uma manobra que envolveu até uma mudança na Lei Orgânica da cidade, a constituição municipal. A vereadora Luana Alves (PSol), única concorrente dele, obteve apenas os votos dos seis vereadores do seu partido.
Leite é considerado um dos políticos mais influentes da cidade e até a indicação de Nunes para ser vice do ex-prefeito Bruno Covas (morto em 2021), foi articulada por ele. Ele controla as subprefeituras na zona sul e setores bilionários da administração pública, como a Secretaria de Mobilidade e Transportes.
O vereador preside a Câmara desde 2021. Quando foi eleito, o mandato de presidente da Casa previa apenas uma possibilidade de reeleição. Em 2022, porém, com amplo apoio no Legislativo, Leite conseguiu que os demais vereadores aprovassem a possibilidade de uma nova reeleição. No mês passado, ele aprovou nova mudança, agora prevendo reeleições ilimitadas.
“Recebi por parte de todas as bancadas, em sua maioria, pedido para que eu continuasse em meu último ano de carreira política aqui”, disse Leite em seu discurso após a reeleição.
Em seu sétimo mandato consecutivo no Legislativo, ele vem dizendo a aliados que não disputará nova eleição para vereador no ano que vem e que sairá da vida pública. Na tribuna, ele convidou vereadores da base e da oposição para “comer um peixe” em sua casa após sua saída.
O acordo para sua terceira reeleição incluiu manter a vice-presidência da Câmara para o PSDB e a secretaria da Casa ao PT, partidos que têm as maiores bancadas no Legislativo municipal.
Leite tentou neste ano a vice-presidência do Corinthians, seu time, mas sua chapa foi derrotada. Ele também perdeu espaço no controle na Secretaria Estadual de Transportes após a eleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
