Mercadão de SP: atraso em obras causa transtorno no fim de ano

Contrato previa obras do Mercadão de SP finalizadas até junho de 2023, mas atraso persiste e concessionária pede adiamento até fim de 2024

atualizado 15/12/2023 19:33

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Imagem mostra obras em mercado - Metrópoles William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — O Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, chega a mais um fim de ano ainda em processo de restauração, com andaimes nos corredores e alguns tapumes sobre piso. O clima de reforma geral incomoda visitantes e parte dos lojistas, que pagam aluguel para a concessionária responsável por administrar o local e tocar a obra, que está atrasada.

A concessionária Mercado SP tinha dois anos a partir de junho de 2021 para concluir a restauração. Ou seja, o período se encerrou na metade deste ano. Segundo os responsáveis, as exigências e o tempo consumido com a realização das análises por parte de Condephaat e Conpresp, conselhos de defesa do patrimônio histórico, tornaram inviável o cumprimento dos prazos.

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Obras no Mercado Municipal, o Mercadão, em São Paulo

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A Mercado SP negocia com a SP Regula, da Prefeitura de São Paulo, um aditamento de 18 meses para entrega das obras, que englobam também o vizinho Mercado Kinjo Yamato. Dessa maneira, o prazo final se estenderia até novembro de 2024, às vésperas do Natal do próximo ano, caso aprovado.

Parte dos turistas reclama bastante da situação do Mercadão. “Acho que acaba interferindo na experiência. Limita os lugares por onde a gente vai passar, os boxes para visitar”, diz a designer de interiores Renata Fabro, 36 anos, que foi ao Mercadão nesta semana ao lado do marido, o marceneiro Fernando Neves, 41. “O visual também atrapalha, não fica tão bonito”, afirma a moradora de Bauru, no interior do estado.

Para dar um ar natalino em meio às obras, alguns comerciantes chegaram a encobrir parte dos andaimes com decoração típica desta época do ano. O quebra-galho, entretanto, não consegue evitar um dos principais problemas, que é o estreitamento dos corredores.

Atendente em uma das lojas, Cosmo Francisco Nunes, 60 anos, há 40 no Mercadão, diz que a reforma tem atrapalhado os visitantes, principalmente em dias de maior movimento.

“O pessoal reclama muito e chega até a xingar. Alguns olham para trás e, quando viram, batem a cara nos postes [dos andaimes]”, diz. Ele também cita os entregadores responsáveis por abastecer os comerciantes, que têm dificuldade para passar com os carrinhos.

Para alguns comerciantes, entretanto, os transtornos fazem parte do processo de melhoria. German Mariano, 46 anos, 24 deles no Mercadão, diz que “obra nunca sai na velocidade que a gente quer, é sempre algo complicado”, mas se mostra otimista. “Para o turista, ele vem apreciar coisas que a reforma não permite. Mas a gente tenta levar com alegria, porque quanto melhor o Mercado ficar, melhor para nós também. Atrapalha um pouco, mas para um futuro melhor”, diz.

Concessionária

O presidente do Conselho da Mercado SP, Aldo Bonametti, afirma que a primeira aprovação obtida pela concessionária foi para o restauro da fachada externa, o que ocorreu apenas em setembro de 2022. “Ou seja, um ano depois do início da nossa gestão. Essa fachada já foi concluída, já fez até uma entrega parcial para a prefeitura”, diz.

“O que impediu o cumprimento são justamente essas questões técnicas que envolvem equipamentos tombados, que são as deliberações de Conpresp e Condephaat. Também essa questão que não constou do edital, que era a necessidade de restauro, e não de remoção, no Mercado Kinjo Yamato”, afirma Bonametti.

Segundo o representante da concessionária, recentemente foram obtidas outras autorizações e praticamente metade das obras internas já estariam concluídas. Embora negocie a ampliação do prazo até novembro de 2024, Bonametti diz que é possível que a restauração do Mercadão seja concluída até maio ou junho.

Sobre a avaliação feita por frequentadores do local, o representante da concessionária diz que “ousa discordar”. “Seria uma experiência diferente se o restauro estivesse acabado, mas tem uma diferença grande que é as pessoas vendo as coisas acontecendo. A gente tem esse feedback dos consumidores, que estão vendo a melhora”, afirma.

Com relação aos comerciantes do Mercadão, diz que eles não estão sendo prejudicados. “Uma diminuição de fluxo por conta do restauro? Não, pelo contrário, desde que a gente assumiu, no fim da pandemia, o número de visitantes vem aumentando todo mês”, afirma.

Bonametti diz também que, após a Mercado SP assumir a gestão, vários eventos culturais e gastronômicos já foram realizados no local.

Prefeitura

A prefeitura diz que todas as intervenções de restauro seguem normas de preservação de patrimônio histórico, e passam por aprovação dos Órgãos de Preservação Municipal e Estadual. Tal situação demanda entendimentos entre ambos para as necessárias autorizações.

A administração municipal também diz que o pedido de prorrogação por mais 18 meses ainda está tramitando na Superintendência Jurídica da SP Regula “com a finalidade de regularizar as etapas e os prazos, com justificativas apresentadas pelo concessionário”.

A SP Regula diz que foram concedidas autorizações para intervenções consideradas emergenciais no Mercadão, com o objetivo de cessar danos. “Cabe ressaltar que nada é executado nos mercados sem aprovação e acompanhamento técnico. As intervenções de requalificação do Mercado Paulistano foram aprovadas recentemente e estão em execução, restando alguns projetos pontuais de áreas específicas em aprovação”, diz, em nota.

O Mercado Kinjo teve autorização para restauro da cobertura, restando apenas o projeto de requalificação, que aguarda aprovação dos órgãos de Preservação.

A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo afirma, em nota, que o processo de restauro do Mercadão foi protocolado em 2021 e o do Mercado Kinjo Yamato foi protocolado em 2022. Segundo a pasta, ambos tiveram orientações técnicas ao longo do processo de análise e aprovações parciais, como é comum acontecer em processos complexos.

O texto da secretaria diz ainda que o prazo indicado não coloca em risco nenhum dos edifícios e que o Conselho não se manifesta quanto a prazos de obra, salvo em casos em que haja risco ao edifício. Da parte do Condephaat, nada impede o final da restauração do Mercadão, já o Mercado Kinjo Yamato ainda tem documentação complementar em análise.

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