São Paulo – Fiéis de diferentes vertentes do cristianismo que lotam as ruas do centro e da zona norte de São Paulo nesta quinta-feira (8/6), para participar da 31ª edição da Marcha para Jesus, afirmam que o evento deste ano está diferente. Segundo eles, há menos pessoas vestindo camisetas de políticos do que em anos anteriores.
Segundo os organizadores, o evento deve reunir cerca de 2 milhões de pessoas. A caminhada teve início às 10h na Estação da Luz, na região central, em direção à Praça dos Heróis da FEB, em Santana, zona norte.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, figura carimbada nas últimas marchas, não estará presente. O presidente Lula também não. A única autoridade a confirmar presença foi o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que deve comparecer à tarde.
Margarida, de 52 anos, que trabalha como voluntária no evento, acredita que a mudança no perfil da marcha está diretamente relacionada à ausência de Bolsonaro.
“No ano passado, tinha bolsonarista até subindo nas árvores. Não era um sentimento de marcha. Era uma coisa a mais, um evento político”, disse ela ao Metrópoles.
“Medo e perseguição”
Vestindo uma camisa da seleção brasileira, Agripino, de 50 anos, que frequenta a Marcha para Jesus há mais de uma década, diz que neste ano há poucas pessoas com camisas do Brasil por causa de “perseguição política”. A maioria dos fiéis usa uma camiseta branca com o logotipo da marcha.
“É o 12º ano que eu venho. Realmente tem menos gente com camisa de político, está diferente. Eu creio que muitas pessoas não tenham vindo com a camisa do nosso ex-presidente porque está tendo uma perseguição política. Várias pessoas que defendem o ex-presidente têm medo.” Para ele, “seria interessante o Bolsonaro ter vindo”.
Rui, de 45 anos, diz que os apoiadores do ex-presidente estão com “medo de Moraes”. “O Alexandre de Moraes está botando medo em todo mundo, é por isso. Mas a Marcha é sobre orar pelo inimigo, temos que amar o Moraes também.”
Manassés, de 39 anos, também lamentou a ausência de Bolsonaro. Em sua opinião, o presidente Lula recusou o convite para participar do evento porque não agradaria ao público.
“Bolsonaro deveria ter vindo. É um cara muito respeitado no meio evangélico. Agora, o Lula fez bem em não vir. Ele não é bem-vindo.”