Líder de Mesquita diz que denúncias de discriminação são “infundadas”

Associação Islâmica do Brás, responsável por templo na capital paulista, diz que expulsão de homem do local foi "fato isolado"

atualizado 07/01/2023 19:40

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Mesquita Brás briga SP

São Paulo – A Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil (Arbib), responsável pela Mesquita do Brás, no centro da capital paulista, se manifestou neste sábado (7/1) sobre denúncias de discriminação, atribuídas ao templo, feitas pelo xeque Rodrigo Jalloul, em 10 de dezembro.

Na ocasião, o líder religioso compartilhou um vídeo em que homens aparecem se agredindo, dentro da Mesquita do Brás.  Um deles é expulso do local. Jalloul afirmou que a causa da confusão seria a suposta proibição para o ingresso no local de brasileiros, incluindo xeques, motivada por “discriminação.”

Por meio de nota, o presidente da Arbib, Hassan Ali Gharib, afirmou que a acusação “injusta e sem fundamentos de Jalloul” não passaria “de uma calúnia”, usada como “propaganda enganosa e difamação” à imagem da Mesquita do Brás, segundo ele “um dos cartões postais da cidade de São Paulo.”

Gharib ainda esclarece que a entidade islâmica, além de trabalhar servindo sua comunidade, também inclui aí “todos aqueles que batem à sua porta, sem discriminação alguma de raça, cor, crença, classe social e nacionalidade.”

Sobre as agressões, registradas em vídeo, o presidente da associação afirmou ter sido “um fato isolado”. “Todas as acusações infundadas e injustas feitas e direcionadas a essa entidade e aos que a administram tem como objetivo principal a difamação e [a geração de] intrigas.”

O motivo para a briga, acrescentou a entidade, seria “problemas pessoais” entre dois homens.

O representante da Arbib disse ainda que os “relatos irreais” sobre a suposta discriminação necessitam de provas “concretas e reais” para que a denúncia tenha “credibilidade”. “Com toda a tranquilidade sabemos que não há nada que se comprove a não ser falácias como calúnias, falsidades e maledicência”, diz trecho da nota.

Xeque brasileiro rebate

O xeque Rodrigo Jalloul afirmou ao Metrópoles, na tarde deste sábado, que a nota da associação islâmica reforça sua convicção de que a entidade age de forma discriminatória.

“Já começa aí [na nota da Arbib] o primeiro fato de discriminação com relação ao brasileiro, quando já começa pelo nome,  em que eles [associação] não me chamam de xeque. Eles colocam Rodrigo Jalloul, como qualquer outra pessoa, mas independente deles aceitarem, ou não, eu sou um líder religioso do Islã”, disse Jalloul.

Ele é o primeiro brasileiro nato a se tornar um religioso xiita (quem segue a linhagem da família de Maomé).

Xeque Rodrigo Jalloul
O xeque Rodrigo Jalloul é o primeiro brasileiro nato a se tornar um religioso xiita

Outro ponto da nota rebatido pelo líder religioso é a motivação para a briga, registrada em vídeo. A origem da confusão, em sua versão, é que um outro líder religioso teria sido impedido de fazer uma oração na Mesquita do Brás, pela atual diretoria.

O xeque brasileiro disse ainda não precisar usar um caso como o ocorrido no templo para se promover. “Já tenho um nome na mídia. Não ira me aproveitar de uma coisa horrível que aconteceu dentro da Mesquita, que supostamente deveria ser a casa de Deus. Não precisaria divulgar um vídeo desse para me promover, porque já tenho um nome na mídia”, rebateu.

O religioso é conhecido por promover ações de auxílio às pessoas em situação de rua, juntamente com o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo.

O líder religioso acrescentou que o vídeo foi feito por uma libanesa, em uma quinta-feira. As imagens viralizaram e ele reproduziu o registro, em uma rede social, dois dia depois. “Talvez eu teria sido uma das últimas pessoas a divulgar. Eu denunciei isso como um líder religioso e se lá é uma Mesquita é problema de todos o muçulmanos, inclusive eu. Eu não não me excluo da comunidade como eles me excluem.”

O xeque Rodrigo Jalloul ressaltou ainda que rechaça a postura da diretoria que “não é a comunidade, nem é a Mesquita”. A direção, concluiu, “afasta os fiéis do Islã.”

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