São Paulo – O diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Osvaldo de Moraes, afirmou que o governo paulista e as prefeituras do litoral norte de SP foram alertadas na sexta-feira (17/2) do cenário de chuvas que se desenhava na região.
“Um sistema de baixa pressão sobre o litoral norte de São Paulo foi detectado, então o Cemaden conversou com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). Nós também convidamos a Casa Militar do governo de São Paulo, que é responsável pela Defesa Civil estadual, fizemos uma reunião e traçamos o cenário, isso na sexta de manhã”, relatou Osvaldo em entrevista à CNN Brasil.
O Cemaden é um órgão do governo federal vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Uma de suas funções é a de monitorar índices meteorológicos e geológicos de forma a prevenir desastres naturais.
Dois dias após a reunião do Cemaden com as autoridades, fortes chuvas acometeram o litoral norte paulista. O município de São Sebastião, um dos mais atingidos, não emitiu alertas ou sirenes para avisar a população local.
“A situação realmente estava se desenhando para algo muito intenso”, disse Osvaldo.
A tragédia deixou 48 mortos e 50 desaparecidos. Buscas por corpos e sobreviventes continuam na região.
Secretário nega ter recebido alerta
O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), afirmou na manhã desta quarta-feira (22/2) não ter ciência de qualquer alerta emitido pelo Cemaden ao governo paulista. Derrite também acrescentou achar “difícil” que o Cemaden tenha feito uma previsão da tragédia.
“Não tenho conhecimento dessa informação. Até porque, o canal técnico é a Defesa Civil. Estando concentrados na operação humanitária e depois vamos eventualmente apontar alguma falha de precaução, mas acho difícil isso ter sido vislumbrado pelo Cemaden, ainda mais com a proporção que foi. Muito difícil que isso tenha acontecido e a as autoridades não tenham se precavido. A atuação da Defesa Civil tem sido impecável. Tem que gente que quer apontar o dedo em vez de ajudar. Estamos com força total, empregando os efetivos”, afirmou Derrite.
