Governo de SP entrega “hub” 24h contra as drogas na Cracolândia

Objetivo das gestões Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes é que o Hub seja a porta de entrada para tratar dependentes químicos da Cracolândia

atualizado 11/04/2023 21:18

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São Paulo – O governo de São Paulo inaugurou nesta terça-feira (11/4) a reforma no Centro de Referência de Álcool e Outras Drogas (Cratod), rebatizado agora de “Hub de cuidado com crack e outras drogas”. A unidade, situada na região da Cracolândia, no centro da capital paulista, vai funcionar 24 horas por dia.

O objetivo das gestões Tarcísio de Freitas (Republicanos), do governo estadual, e Ricardo Nunes (MDB), da Prefeitura da capital, é que o Hub seja uma “grande porta de entrada” para oferecer tratamento para dependentes químicos, especialmente os que circulam pela Cracolândia.

Lá, o usuário de droga deve receber avaliação médica, antes de ser encaminhado para o serviço considerado mais adequado à sua situação – como atendimento ambulatorial, participação em grupos de mútua ajuda, acolhimento em comunidades terapêuticas e internações hospitalares.

“O tratamento vai respeitar a singularidade de cada um, através da rede de atuação e de equipamentos públicos da própria Prefeitura e do Estado”, afirmou o vice-governador Felício Ramuth (PSD), escolhido por Tarcísio para liderar o projeto da Cracolândia, no evento de entrega.

Troca de funcionários

A reformulação do Cratod, que foi inaugurado em 2002 e agora está extinto por decreto, é considerado o primeiro passo do plano de Tarcísio para acabar com a Cracolândia. O espaço passou por reforma física e também por troca no quadro de funcionários.

Cerca de 100 funcionários estaduais, que antes atuavam na unidade, foram transferidos para outros equipamentos públicos – o que motivou um protesto de poucas pessoas do lado de fora do equipamento durante a reinauguração.

Administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), o Hub contará com 380 “profissionais especializados” em tratamento de dependentes químicos, segundo Ramuth.

De acordo com o governo, o Hub foi desenhado para receber o paciente voluntário e também aqueles trazidos por busca ativa nas ruas da capital. No local, há 40 leitos sociais e outros 20 para internação clínica.

O Hub também ganhou nova decoração, com placas que lembram estações de metrô e lugares famosos da cidade, como o Viaduto do Chá, o Beco do Batman e a Marginal Tietê. A ideia é transmitir a sensação de estar em uma “rua protegida”.

Ações integradas

Presente na reinauguração, o prefeito Ricardo Nunes defendeu as “ações integradas” com o estado, afirmou que 39% dos usuários de droga estão há mais de dez anos na Cracolândia e disse que essas pessoas vão demandar uma ação “mais complexa” para receber tratamento.

“Quem está há mais de cinco anos na cena de uso, evidentemente, tem um comprometimento maior”, afirmou. “Com muito trabalho e com muita fé, vamos conseguir dar atendimento a eles. É um público que está há muito tempo nesse local”.

Atualmente, os governos estimam que entre mil e 1,5 mil usuários de droga fiquem concentrados nas chamadas “cenas abertas de uso”, espalhadas por diferentes regiões da cidade.

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Dependentes químicos se concentram em fluxo, perto da Rua Guaianases, no centro de SP

Alfredo Henrique/Metrópoles
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Usuários se concentram na rua Frederico Steidel

Reprodução/Twitter
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Dependentes químicos na Rua dos Gusmões, localização original da Cracolândia

Reprodução/Arquivo Pessoal
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Desde então, usuários se espalham pelo centro

Reprodução/Twitter
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Farmácia no centro de SP é saqueada por usuários da Cracolândia

Reprodução/Redes sociais
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Homem foi atropelado no fluxo da Cracolândia, no centro da capital paulista

Reprodução/Arquivo Pessoal
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Prefeitura de SP cercou em 2022 usuários na Praça Princesa Isabel após Cracolândia migrar para o local

Fábio Vieira/Metrópoles
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Polícia fez operação na Cracolândia no dia 11 de maio, quando expulsou usuários e traficantes da Praça Princesa Isabel

Fábio Vieira/Metrópoles

As obras no Hub estavam previstas para março de 2023, mas foram entregues pouco mais de 30 dias depois. Apesar de ter presença confirmada no evento, Tarcísio não compareceu à reinauguração.

O vice-governador, no entanto, minimizou o atraso na obra. “A gente queria fazer bem feito”, disse Ramuth. “Está totalmente repaginado. Para o nível da reforma e de acolhimento, foi bem rápido”.

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