São Paulo – Vick é uma gata que nasceu sem os dois olhos – uma condição chamada anoftalmia bilateral -, mas ela veio ao mundo com muita sorte, coragem e carisma. Com essa combinação e com a ajuda de suas tutoras, ela acabou se tornando a influencer Vick Gatinha Especial.
O Projeto Pet Catanduva, que atua na cidade do interior paulista, encontrou a gatinha na rua com cerca de dois meses, em janeiro do ano passado. A ONG a levou para receber os primeiros cuidados pós-resgate na clínica das veterinárias Francyeli Salino, de 28 anos, e Bárbara Nigro, de 25.
Foi amor à primeira vista para Francyeli: “Quando eu vi ela, eu falei ‘ai, eu quero!”. Mas, ainda assim, a veterinária resistiu um pouco porque já tinha outros seis gatos.
“Eu acabei ficando com ela, porque ela é muito carinhosa e, ao mesmo tempo, é uma gatinha especial. Eu fiquei com aquela preocupação: ‘Meu Deus, quem vai adotar essa gata?’ Porque ela precisava de um suporte, não podia voltar para a rua”, afirma a veterinária.
O perfil no Instagram mostra a rotina do animal que gosta de passear, seja de carro ou caminhando em parques com a segurança da guia. A coleira é uma medida de segurança recomendada para todos os pets que saem de casa.
“No primeiro passeio, ela amou, fizemos até uma live porque ela começou a rolar na grama, quis caçar os bichinhos, porque ela tem o olfato e a audição muito mais apurados que um gato normal. Ela deu um show no passeio”, diz a tutora.
Viagens
Francyeli e Bárbara, que além de sócias na clínica são namoradas e moram juntas, criaram então uma rotina de passeios com a Vick. A gatinha já foi à praia e agora as tutoras desejam desbravar um hotel fazenda e viajar de avião com ela.
“Nossa vontade é cada vez mais conhecer outros lugares. Ela não enxerga, mas ela sente tudo, todas os cheirinhos novos, tudo diferente”, diz Franciely.
Vick é destemida e o seu bigode também a ajuda a ter a noção de espaço. Assim, o único cuidado especial que as tutoras tiveram que implementar foi colocar um colchão, como segurança, debaixo do brinquedo de escalar.
“Ela nunca caiu, mas eu tenho medo porque, às vezes, ela parece uma ‘louquinha’ subindo”, afirma Francyeli. Na verdade, esse é um cuidado mais para o coração preocupado da tutora do que para a própria gatinha.
