Furto de armas: investigação indica que cabo usou carro de diretor

Militar que atuava como motorista do então diretor do quartel é suspeito de usar carro oficial para retirar as armas do local

atualizado 26/10/2023 0:11

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Fotografia colorida mostra a fachada do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri (SP), onde 21 armas foram furtadas - Metrópoles Divulgação/Exército Brasileiro

São Paulo — O Exército investiga a participação de um cabo que era motorista do ex-diretor Arsenal de Guerra de São Paulo no furto das 21 metralhadoras do quartel que fica em Barueri, na região metropolitana.

Segundo reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, ele é suspeito de usar um carro oficial do do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista para levar as armas para fora do quartel, onde seriam negociadas com facções criminosas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O cabo é um dos sete militares investigados criminalmente por suposto envolvimento no furto das armas. Nessa semana, eles tiveram os sigilos bancário e telefônico quebrados pela Justiça Militar. Batista, que não é formalmente investigado, foi exonerado do cargo e será transferido de unidade.

Os investigadores suspeitam que ele tenha se aproveitado do livre acesso que tinha ao quartel, como homem de confiança do então diretor da unidade, para retirar as metralhadoras.

Segundo a TV Globo, outra hipótese investigada é a de que o crime possa ter ocorrido no feriado de 7 de Setembro. Naquele dia, a energia elétrica foi cortada intencionalmente, causando um “apagão” que desligou as câmeras de segurança da base militar, e religada logo após o furto.

A reportagem mostra que peritos do Exército encontraram impressões digitais de militares do quartel em quadros de energia e na sala de armas. Um dos cadeados que trancava a porta foi rompido e trocado por outro. O lacre da inspeção, que fica junto com o cadeado, também teria sido adulterado para tentar enganar a fiscalização.

A última inspeção na sala de armas havia sido feita no dia 6 de setembro. Os militares só conferiram se a porta permanecia lacrada 33 dias depois, em 10 de outubro, quando um subtenente viu sinais de arrombamento e percebeu que o lacre tinha sido trocado.

Foi nesta data que o comando militar constatou o furto das 13 metralhadoras calibre .50, capazes de derrubar aeronaves, e de oito calibre 7,62, que perfuram veículos blindados. O furto foi revelado pelo Metrópoles.

Até o momento, 17 das 21 armas furtadas foram recuperadas pela polícia — oito em uma comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro e nove em São Roque, no interior de São Paulo. Ninguém foi preso até o momento. As polícias civil e militar ainda buscam as quatro armas restantes, que são metralhadoras calibre .50.

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PF não foi acionada pelo Exército após furto de armas

Divulgação/Polícia Civil de SP

Oficiais envolvidos

Além dos sete militares investigados criminalmente, outros 20 são alvos de apuração disciplinar por parte do Exército, por suposta negligência no controle do armamento.

O general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Sudeste, afirmou, no último domingo (22/10), que há praças e oficiais na relação de suspeitos que “serão punidos ou por ação ou por inação”.

“Há diversos militares do quartel que, por negligência, deixaram de agir ali na gerência, controle e na fiscalização do material. Todo esse pessoal está sendo julgado administrativamente e pode ser preso disciplinarmente”, disse o general.

Assim que o crime foi descoberto, todo o quartel – cerca de 480 militares – havia sido retido para que o Exército ouvisse depoimentos e reduzisse a quantidade de suspeitos envolvidos no episódio.

Segundo a Polícia Civil, as armas furtadas seriam vendidas para as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), que recusaram o armamento por falta de peças e por causa do estado de conservação das metralhadoras.

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