São Paulo – O secretário estadual da Educação, Renato Feder, anunciou nesta quinta-feira (16/3) que a Multilaser, empresa da qual ele foi CEO por 15 anos e ainda é acionista, por meio de uma offshore, será multada por atrasos na entrega de computadores comprados por sua secretaria. Ele não informou, porém, qual será o valor da multa.
A empresa vendeu cerca de 97 mil computadores à secretaria da Educação no fim do ano passado, quando Feder já havia sido indicado para o cargo pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e deveria ter entregue o material até fevereiro. Os contratos são de cerca de R$ 200 milhões.
Conforme o Metrópoles informou, menos de 10 mil equipamentos foram entregues até agora; a empresa alegou dificuldades logísticas para cumprir os prazos.
“A gente vai aplicar multas e as empresas vão ser notificadas. São pelo menos duas empresas que vão ser notificadas provavelmente hoje”, disse Feder, ao término de um evento sobre Educação no Palácio dos Bandeirantes.
A segunda empresa, informou depois a assessoria de imprensa do secretário, seria a Positivo.
O Metrópoles procurou a Multilaser e a Positivo para que elas comentassem a penalização. A Multilaser disse que não foi notificada da decisão e a Positivo não se manifestou. O espaço segue aberto à empresa.
Feder foi CEO da Multilaser por 15 anos, entre 2003 e 2018, e disse que deixaria o conselho da empresa ao ser indicado para o governo de São Paulo – o que fez em 30 de novembro do ano passado.
Porém, como o Metrópoles informou em janeiro, ele continua dono de uma empresa offshore em Delaware, paraíso fiscal dos Estados Unidos. A offshore detém 28,16% das ações da companhia.
Tanto Feder quanto Tarcísio afirmaram não haver conflito de interesse no fato de o secretário da Educação ser dono de ações de uma das principais fornecedoras de tecnologia para a secretaria.
