Faustão tem prioridade: entenda como funciona a espera por transplante

Metrópoles conversou com duas especialistas sobre o caso de Faustão e explica como funciona a espera por um transplante em São Paulo

atualizado 21/08/2023 22:20

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Foto colorida de Fausto Silva, o Faustão, no hospital. Ele é um homem branco de cabelos pretos, veste uma camiseta azul e está com a boca levemente aberta - pós-transplante - Metrópoles Reprodução/Redes Sociais

São Paulo – O apresentador Fausto Silva, o Faustão, tem prioridade para receber um novo coração na espera por um transplante. Segundo a médica Silvia Ayub Ferreira, coordenadora do Programa de Transplante Cardíaco do Hospital Sírio-Libanês, pacientes internados e com medicação, como o caso dele, são considerados prioritários.

“Quando o paciente está internado necessitando de uma medicação inotrópica, para ajudar na contração do coração, ou de algum dispositivo de assistência circulatória, ele passa na frente de pacientes que estão em casa. Ele recebe uma priorização”, afirma a médica.

O apresentador está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 5 de agosto, para o tratamento de uma insuficiência cardíaca.

Outros fatores também ajudam a determinar a posição das pessoas na lista de espera. O Metrópoles conversou com a doutora Silvia Ayub Ferreira, do Sírio Libanês, e também com a coordenadora geral do Sistema Nacional de Transplantes, Daniela Salomão, para explicar como funciona a lista. Confira:

Quais os critérios para a lista de espera?

Vários critérios técnicos são levados em consideração para que uma pessoa receba um órgão. Fatores como o tipo sanguíneo, a compatibilidade genética e até o tamanho da caixa torácica do paciente definem quem recebe cada coração doado, explica Daniela.

“Se eu tenho 1,60m e peso 60kg, não tem como eu receber um órgão de um doador de 2m de altura e 150kg. Vai ser muito grande”, afirma ela sobre doações de coração.

Além disso, a gravidade da doença também define quem tem prioridade na lista de espera.

Quais casos são considerados prioritários?

Três condições podem fazer com que um paciente avance mais rapidamente na lista em São Paulo, segundo Silvia. A primeira é quando uma pessoa recebe o transplante e, por algum motivo, o novo órgão não funciona como o esperado. “É extremamente raro”, afirma a médica, dizendo que casos deste tipo têm prioridade máxima.

O segundo nível de priorização vai para pacientes que recebem medicação para bombear o coração há mais de seis meses. Também entram neste grau os pacientes que utilizam dispositivos mecânicos para ajudar na circulação do coração.

Já o terceiro nível de prioridade, caso de Faustão, envolve pessoas que estão internadas e há menos de seis meses recebendo medicação.

Quem gerencia a lista? Existe uma lista para cada lugar do país?

A lista é única para todo o país, mas cada estado gerencia as doações para seus moradores. Daniela explica que a população de um estado tem prioridade para receber os órgãos doados naquele mesmo estado.

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Faustão começou a carreira aos 14 anos, trabalhando como repórter da rádio Centenário de Araras. Mais tarde, mudou-se para Campinas e passou a trabalhar na Rádio Cultura. Em 1970, foi contratado para apresentar o jornal da noite da Record TV, onde também foi redator
Fausto SIlva, o Faustão, tem insufuciência cardíaca
Em 1977, a convite de Osmar Santos, Faustão foi contratado como repórter esportivo pela Rádio Globo. Em 1986, estreou na TV Gazeta com o programa Perdidos na Noite. Tempos depois, a atração foi comprada pela Record TV e, em seguida, pela TV Bandeirantes, quando passou a ser transmitida nacionalmente
Em 1989, Silva estreou na TV Globo como apresentador do Domingão do Faustão. O artista permaneceu à frente do programa até 2021, quando assinou contrato de cinco anos com a Band
Faustão realizou seu transplante no domingo (28/8) após encontrar um doador compatível em apenas uma semana na fila
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Fausto Corrêa da Silva, mais conhecido como Faustão, nascido em 1950, é um jornalista, repórter, radialista e apresentador. Natural de São Paulo, é considerado uma das maiores personalidades da televisão brasileira

Reprodução/ Instagram @faustaonaband
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Faustão começou a carreira aos 14 anos, trabalhando como repórter da rádio Centenário de Araras. Mais tarde, mudou-se para Campinas e passou a trabalhar na Rádio Cultura. Em 1970, foi contratado para apresentar o jornal da noite da Record TV, onde também foi redator

TV Globo/Reprodução
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Fausto SIlva, o Faustão, tem insufuciência cardíaca

Reprodução
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Em 1977, a convite de Osmar Santos, Faustão foi contratado como repórter esportivo pela Rádio Globo. Em 1986, estreou na TV Gazeta com o programa Perdidos na Noite. Tempos depois, a atração foi comprada pela Record TV e, em seguida, pela TV Bandeirantes, quando passou a ser transmitida nacionalmente

Reprodução
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Em 1989, Silva estreou na TV Globo como apresentador do Domingão do Faustão. O artista permaneceu à frente do programa até 2021, quando assinou contrato de cinco anos com a Band

Divulgação/Globo
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Faustão realizou seu transplante no domingo (28/8) após encontrar um doador compatível em apenas uma semana na fila

Reprodução
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Em 17 de janeiro de 2022, entrou no ar o programa de auditório Faustão na Band, com quadros semelhantes aos apresentados no Domingão do Faustão. O programa vai ao ar das 20h30 até as 22h45, de segunda a sexta

Reprodução
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Faustão é pai de Lara Silva, fruto do relacionamento com a ex-esposa Magda Colares, de João Guilherme e de Rodrigo, ambos de Luciana Cardoso, atual esposa do apresentador. O jornalista também foi casado com Lúcia Helena, com quem ficou junto por 10 anos

Reprodução/Instagram
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Apesar de não falar muito sobre a vida pessoal, Faustão também já esteve envolvido em polêmicas. Além de ser conhecido por constantemente interromper a fala dos convidados, Silva já foi acusado de racismo após comparar o cabelo black power da dançarina Arielle Macedo, bailarina da cantora Anitta, ao “cabelo de uma vassoura de bruxa”

Globo/Reprodução
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Em fevereiro de 2022, o dono dos bordões “ô loco, meu”, “errou”, “ô loco, bicho” e "este fera aí, meu" também esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter após utilizar o termo “assédio no bom sentido”. “No mundo dos passarinhos, ainda tem a conquista, o assédio no bom sentido. Se o cara não cantar, não tem chance!”, comentou o apresentador

Band/Reprodução

“A doação de São Paulo prioritariamente vai para os pacientes de São Paulo, evitando que o órgão fique viajando pelo país e perdendo a qualidade para o receptor”, afirma Daniela. Caso não existam pacientes do próprio estado precisando do órgão, ele é enviado para outros lugares.

Silvia explica, no entanto, que esta é uma operação complexa, já que os órgãos não sobrevivem por muito tempo fora do corpo. “O grande problema é o tempo de retirada. Esse coração permanece [utilizável] por 4 horas”, afirma a médica.

E quem define quem recebe cada órgão doado?

A definição é feita por um sistema informatizado, que contém os dados de todos os pacientes que esperam pelo órgão. A lista contém tanto os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), quanto aqueles que são atendidos pela rede privada. “É tudo feito dentro do sistema”, afirma Daniela.

Uma pessoa pode retroceder na fila?

Sim. Alguns casos podem fazer com que uma pessoa avance na lista de espera e depois volte para as posições anteriores. Silvia explica que isso acontece, por exemplo, quando alguém que era prioritário para o transplante tem algum tipo de infecção e fica impossibilitado de fazer a cirurgia.

Neste caso, a pessoa é retirada temporariamente da lista, e os outros avançam. Quando ela se recuperar da infecção, voltará a ocupar a prioridade, fazendo com que os demais retrocedam às posições anteriores.

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