“Falta de uma boa surra”, diz professora para aluno autista em SP

Pais de estudante autista descobriram maus-tratos após colocar gravador na mochila da criança; em outro caso, menina de 13 anos foi agredida

atualizado 04/09/2023 8:00

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Carteiras e cadeiras em sala de aula vazia, iluminada ao fundo por luz solar - Metrópoles Hugo Barreto/Metrópoles

São Paulo – A professora de uma escola particular da zona norte de São Paulo foi gravada fazendo ofensas contra um aluno autista de 12 anos. “Se você tomasse uma boa surra você ia parar com suas graças”, disse a professora.

A denúncia foi feita neste domingo (3/9) em uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo.

O caso só foi descoberto porque os pais do menino de 12 anos desconfiaram da resistência da criança em ir à escola e das frequentes reclamações de professores. Eles decidiram, então, colocar um gravador escondido na mochila da criança.

Em uma das gravações, uma professora disse que “uma coisa é ser autista, outra coisa é ser mal-educado”. “Eu já cansei de falar para vocês que o autista tem alguma coisa na cabeça que não funciona”, disse a profissional.

Aluno autista é agredido por professor durante surto em escola

A menção à surra foi feita por outra professora: “Tenho mais o que fazer! Não tenho que ficar correndo atrás de você! Acabou! Você não tem idade para isso! Não sai daí! Todo dia essa palhaçada! Isso é falta de tomar uma boa surra, viu menino?! Se você tomasse uma boa surra você ia parar com suas graças! Você entende sim! Se você não quer copiar, cala a sua boca e olha. Se você fosse meu filho, você não teria mais pernas porque eu tinha quebrado as duas”.

Os pais contaram que, após o episódio, mal conseguiam dormir. “Eu não conseguia falar com ninguém porque eu começava a falar com alguém e começava a chorar”, conta o pai. O casal registrou um boletim de ocorrência de discriminação por motivo de deficiência contra a direção da escola e entrou com uma ação indenizatória na Justiça.

A escola não quis dar entrevista para a TV Globo.

Maus-tratos em escola pública

Em outro caso relatado pelo programa, uma menina de 13 anos com transtorno desafiador opositor e deficiência intelectual moderada teria sido agredida por uma professora dentro de uma escola estadual de Sales Oliveira, no interior de São Paulo.

Os pais da menina também disseram que recebiam muitas reclamações da filha, que era considerada “difícil” pelos professores. Na última quinta-feira (31/8), outro estudante gravou o momento em que a garota é vítima de agressãos. Pouco depois, a aluna foi levada para casa com uma nova reclamação.

Quando o vídeo começou a circular e chegou aos pais, eles disseram ter se sentido traídos. “A escola só falava que a nossa filha que era culpada, o comportamento dela era difícil, que ela agredia, era violenta. Nós acreditávamos na escola e acreditávamos nos profissionais que estavam lá dentro”, diz o pai.

Ao Metrópoles, a Secretaria de Estado da Educação informou que “repudia toda e qualquer forma de agressão dentro ou fora do ambiente escolar”. Segundo o órgão, a professora da escola de Sales Oliveira foi afastada da sala de aula e uma apuração foi aberta. Ao final do processo, disse a secretaria, ela poderá ter seu contrato rescindido.

O órgão informou, ainda, que a direção da escola e a Diretoria de Ensino de São Joaquim da Barra estão à disposição da comunidade escolar para esclarecimentos.
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