Ex-assessora acusa Joice de rachadinha: “A gente ficou refém”

Joice Hasselmann é acusada de rachadinha e assédio por ex-servidora, que diz que usou salário até para comprar roupas íntimas da ex-deputada

atualizado 24/05/2023 16:19

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debate tv cultura candidatos eleicao sp 2020 Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Uma ex-assessora denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) a prática de rachadinha e de assédio moral no gabinete da ex-deputada federal Joice Hasselmann (sem partido-SP). A ex-servidora alega que o seu salário foi utilizado para custear despesas pessoais da ex-parlamentar entre junho de 2021 e dezembro de 2022.

O caso foi divulgado pelo UOL nesta quarta-feira (24/5). Procurado pelo Metrópoles, o MPF confirmou ter recebido as denúncias contra Joice e afirmou que estão em análise. A ex-deputada não respondeu à reportagem até a publicação do texto. O espaço permanece aberto para eventuais esclarecimentos.

Juliana Christine Pereira Bejes foi assessora de Joice na Câmara dos Deputados por um ano e oito meses, lotada no escritório paulista da parlamentar. Natural de Curitiba, ela conhecia Joice desde 2016. O marido de Juliana, Honei Pedroso Bejes, era amigo da então jornalista, que o convidou para ser seu assessor quando foi eleita deputada.

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 Joice Hasselmann afirmou ter sido vítima de violência dentro de casa
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Com salário líquido de R$ 11 mil, Juliana disse ter se mudado para São Paulo em 2021 com o marido já trabalhando para Joice mesmo sem receber – o salário dos dois seria o mesmo. A nomeação dela data de 7 de abril. A dele, de 9 de junho.

À reportagem, Juliana disse que recebeu os dois primeiros salários normalmente, mas a partir do momento em que o pagamento do marido foi acertado, Joice avisou que o salário dela serviria para cobrir despesas pessoais.

“Ela fez tudo premeditado. Depois de dois meses. quando ele recebeu o primeiro salário, ela avisou que o salário seria para pagar as despesas pessoais. A gente ficou refém. Se tentássemos voltar para Curitiba, teríamos de arcar com nova mudança, multa de aluguel de apartamento. Não dava”, relatou.

No rol de atribuições, Juliana disse ter feito “todo tipo de pagamento” para Joice: supermercado, consultas psiquiátricas e compra de roupas íntimas. Ela também tinha acesso aos emails da deputada, agendava compromissos, servia de motorista e até emprestava o carro se isso fosse exigido.

“Ela dizia que nosso trabalho era full time, ficávamos por conta dela”, disse.

Outro serviço delegado à assessora era a limpeza de um flat mantido pela parlamentar em São Paulo. A rotina também incluía gritos e xingamentos.

“Ela e o marido avisavam para dar um ‘tapa’, como eles chamavam, no apartamento. E a gente tinha que ir lá. Uma vez ela me mandou mensagem no dia 25 de dezembro me mandando limpar o flat. A gente nunca tinha paz”, lamentou Juliana.

A ex-assessora alega ter extratos bancários e comprovantes de pagamento que mostram compras feitas para a parlamentar. Isso inclui a mensalidade da faculdade da filha de Joice, em parcelas mensais de R$ 5 mil. Tudo foi entregue ao MPF.

Segundo Juliana, a então deputada cobrava prestações de contas sobre os repasses, que apelidou de RT para se referir a eles no WhatsApp: “Ela tomava cuidado com essas coisas, tentava gritar e humilhar a gente só pessoalmente. Mas eventualmente deixava algo escapar pelas mensagens”.

Juliana e o marido foram dispensados na virada do ano, após Joice não conseguir se reeleger para a Câmara. A ex-parlamentar planeja se candidatar à Prefeitura de São Paulo no próximo ano.

Em tratamento para ansiedade e depressão, Juliana afirmou que demorou para denunciar o caso pela consideração que ela e o marido tinham por Joice antes de trabalharem para ela. Agora, o casal estuda se mudar de onde vive por medo de “retaliações”: “Quem sabe até voltamos para o Paraná?”

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