São Paulo — Auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) aponta uma série de falhas da gestão Ricardo Nunes (MDB) sobre a qualidade do serviço de reparos em buracos no asfalto das ruas da capital paulista.
O principal problema levantado pelo órgão, em documento divulgado nesta quarta-feira (6/9), é que as empresas que prestam o serviço, que são pagas pela quantidade de massa asfáltica aplicada nas ruas, estariam aplicando mais massa do que o necessário, o que poderia indicar desperdício.
“O TCM encontrou, por exemplo, um buraco de 1 metro quadrado que virou uma área de 17 metros quadrados e outro buraco de 2 metros que virou uma área de 23 metros”, disse o tribunal, em nota distribuída à imprensa.
Outro ponto levantado pelo órgão é que o serviço de tapa-buraco estaria sendo usado em ruas com asfalto já degradado, que precisariam de um recapeamento total no lugar do reparo parcial.
“A auditoria aponta que, em 74% dos casos, o serviço de tapa-buraco foi realizado em vias degradadas; em 83% dos casos, os problemas adjacentes aos buracos não foram corrigidos antes do reparo”, diz o comunicado à imprensa.
O conselheiro Roberto Braguin é o responsável pela auditoria dos seis contratos que a Prefeitura mantém para a execução desses serviços. Segundo o TCM, as empresas foram selecionadas para prestar o serviço mediante atas de registro de preço que somam R$ 231 milhões.
O relatório da auditoria não foi divulgado, mas o TCM elaborou um vídeo com uma síntese dos dados apurados pelos técnicos, que pode ser visto neste link da página do YouTube do TCM, a partir dos 56 minutos.
Por meio de nota, a Prefeitura informou que fiscais acompanham a execução dos serviços de tapa-buraco por amostragem e por um sistema de gerenciamento. “Quando constatada a desconformidade, os serviços são refeitos sem pagamento por parte da Prefeitura e as empresas são glosadas”, diz o texto.
O texto afirma que a Prefeitura “recebeu, na tarde desta quarta-feira (6/9), o relatório e os apontamentos serão respondidos ao TCM, como acontece com todos os relatórios produzidos pelo tribunal. Essa dinâmica faz parte da rotina de trabalho entre os órgãos”, afirma o texto.