Empresário que matou policial agiu “em legítima defesa”, diz família

Família de empresário Rogério Saladino afirma que Secretaria da Segurança Pública precisa "rever seus controles"; três pessoas morreram

atualizado 19/12/2023 9:13

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foto colorida de vídeo que mostra momento em que o empresário Rogério Saladino recebe polícia a tiros nos Jardins - Metrópoles Reprodução

São Paulo – A família do empresário Rogério Saladino, que matou a tiros a policial civil Milene Bagalho Estevam no último sábado (16/12), afirmou, nesta terça-feira (19/12), que ele agiu “em legítima defesa”. Em nota, a família diz que o empresário achou que sua casa estava sendo assaltada e cobra que a Secretaria da Segurança Pública “reveja seus controles”.

A policial foi até o local enquanto investigava um roubo à casa vizinha à de Saladino, para pedir acesso às câmeras de segurança do imóvel. Ela foi surpreendida pelo empresário, que começou a atirar de dentro da garagem. Um colega de Milene reagiu, baleando Saladino e o vigilante do imóvel, Alex James Gomes, que havia pegado a arma do empresário para tentar se defender.

Milene, Saladino e o vigilante Alex morreram na ação.

“Alarmado com o fato de que a residência do seu vizinho havia sido assaltada no dia anterior, Rogério, supondo situação de legítima defesa, desferiu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem, e desferiu o tiro que veio a vitimar fatalmente a policial Milene”, diz a família.

Rogério foi informado por Alex sobre a chegada dos policiais. Para a família, o vigilante tinha motivos para acreditar que se tratava de mais uma tentativa de assalto.

“O medo de assaltos instaurado na região tampouco é novidade. O funcionário Alex tinha suas razões para imaginar que seria mais um caso. Rogério acreditou que seria ele a nova vítima do roubo e procurou proteger a si mesmo e seus convidados, mesmo diante do perigo que estaria por vir”, afirma a nota.

“Nem Rogério e nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário”, completa.

A família ainda cobrou que a Secretaria da Segurança Pública “reveja seus controles” para evitar que episódios como esse se repitam.

“De boa-fé, acreditamos que as circunstâncias não foram favoráveis a nenhum dos envolvidos. Esperamos, com a mesma sinceridade, que a Secretaria de Segurança Pública possa avaliar com costumeiro cuidado e diligência o caso, revendo seus controles para que episódios tão lamentáveis como este, que acabaram por vitimar pessoas do bem, não se repitam.”

Assista:

 

“Tragédia”, diz Derrite

Ao comentar o caso nessa segunda-feira (18/12), o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que o episódio foi uma tragédia. “Eu fui ao velório da investigadora Milene. Era uma policial civil adorada por todos. E eu estava presente quando sua filha de 5 anos colocou uma boneca em cima do caixão da policial”, afirmou.

Derrite disse que Milene participava de uma operação extraordinária justamente para combater uma onda de furtos a residências nos Jardins. “Lamentavelmente esse infeliz efetuou disparos contra policiais”, afirmou. O secretário ainda enalteceu a postura do parceiro de Milene, que baleou Saladino e o vigilante. “Teve uma ação heroica, corajosa.”

A policial civil Milene atuava na corporação havia sete anos e deixa uma filha de cinco anos. Ela trabalhava no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ela foi morta com uma pistola calibre 45, a uma distância entre 8 e 10 metros.

“Era minuciosa no trabalho, perfeccionista, fazia investigações brilhantes, era dedicada…”, afirmou o delegado Rogério Barbosa, superior imediato de Milene. Ele disse que a policial perdeu a vida de maneira trágica, “por causa de um louco”. “É inacreditável.”

Milene foi enterrada no domingo (17/12) em São Paulo, em um funeral que reuniu centenas de colegas. As viaturas seguiram em cortejo do local onde o corpo foi velado até o cemitério, uma distância de cerca de 500 metros. As sirenes foram ligadas e o trânsito foi fechado por batedores.

 

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