São Paulo – As luzes que coloriram o céu de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal na noite dessa segunda-feira (19/6) foram provocadas por um meteoroide que atingiu a atmosfera da Terra, de acordo com cientistas ouvidos pelo Metrópoles.
“As entradas desses meteoroides sempre estão acontecendo na atmosfera. De vez em quando, alguns são grandes demais”, afirma Jorge Hönel, físico do Centro de Divulgação Científica e Cultura de São Carlos.
“O corpo vagando no espaço é o meteoroide. Ele entrando na atmosfera e deixando rastro luminoso ou formando um bólido é chamado de meteoro. Se sobrar alguma coisa dele e atingir o solo, temos um meteorito”, explica.
Há registros do fenômeno em São Carlos, Araraquara, Pirassununga, Mococa, Rio Claro e Santa Rita do Passa Quatro, além de cidades de Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal.
“O que aconteceu ontem foi a entrada de um corpo, de um meteoroide na atmosfera”, conclui. Segundo o pesquisador, meteoroides pequenos também produzir efeitos luminosos ao entrar na atmosfera.
“É difícil estimar o tamanho desse meteoroide. É provável que tenha sido bem grande. Mas, normalmente, um bólido que possa sobreviver à entrada na atmosfera e deixar algum resquício deve ter pelo menos um metro de diâmetro, não precisa muita coisa, não”, afirma.
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Seis segundos
Renato Poltronieri, co-fundador e diretor-presidente da Brazilian Meteor Observation Network (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), diz que o meteoro atravessou a atmosfera por cerca de seis segundos. Segundo ele, fragmentos podem ter se espalhado e chegado até o Paraná.
“O meteoro era de grande porte, muito brilhante. Até o momento não há informações de explosão, mas as imagens mostram que houve fragmentação”, afirmou à Radio Itatiaia.
A Brazilian Meteor Observation Network estima que o meteoroide tenha entrado na atmosfera por volta de 18h37.
Não é lixo espacial
Jorge Hönel descarta a possibilidade de que o efeito luminoso tenha sido provocado pelo contato entre lixo espacial e a atmosfera.
“Se fosse lixo espacial, seria de um porte grande. Seria mais previsível. Como não foi feito qualquer alerta, tende a ser um meteoroide que entrou em rota de colisão com a atmosfera e produziu o efeito luminoso”, afirma.
