Efeito croissant: mulher que entregou “sniper do tráfico” vai para prisão domiciliar

Mulher que comprou croissant para "sniper do tráfico" foi estopim de prisões por morte de PM em SP; ela foi apontada como usuária de drogas

atualizado 04/08/2023 14:46

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Montagem com fotos coloridas (da esq. para a direita) Erickson David da Silva (sem camisa), Kauã Jazon da Silva (camiseta branca) e Marco Antonio, o Mazzaropi (camiseta escura) Arte/Metrópoles

São Paulo – A mulher considerada o estopim das prisões dos suspeitos de envolvimento direto na morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, na última quinta-feira (27/7), no Guarujá, litoral de São Paulo, teve a prisão preventiva convertida para domiciliar. A informação foi confirmada pela Defensoria Pública do Estado.

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PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá

Divulgação/Polícia Militar
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PM declara luto pela morte de Patrick Bastos Reis, policial da Rota morto no Guarujá

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PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá

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Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária

Reprodução
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Policial da Rota é morto em Guarujá

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Ela foi identificada como a pessoa que comprou um croissant para Erickson David da Silva, de 28 anos, o “sniper do tráfico” apontado como o autor do disparo que matou o soldado da Rota. Uma nota fiscal levou a polícia à mulher, que entregou Erickson, o irmão dele, Kauã Jazon da Silva, e um terceiro traficante chamado Marco Antonio, o Mazzaropi. Os três estão presos.

A decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), nessa quinta-feira (3/8), atendeu a pedido da Defensoria, que alegou que a mulher não tem antecedentes criminais e é mãe de uma criança de 6 anos.

Em depoimento à polícia no dia de sua prisão, ela admitiu ser usuária de drogas e contou que costumava comprar alimentos para os traficantes da comunidade onde vive em troca de drogas.

Foi graças a essa conduta que a polícia chegou até ela e, mais tarde, aos três envolvidos no crime. Isso aconteceu porque a primeira pista do caso foi uma nota fiscal de um croissant encontrada no morro de onde teria partido o tiro que matou o policial da Rota.

“No local onde houve o disparo, uma nota fiscal de um estabelecimento comercial foi localizada. Os policiais civis do Deinter 6 (o Departamento de Polícia Judiciária do Interior 6) foram até esse estabelecimento, identificaram a compra de um salgado, um croissant”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em coletiva no início da semana.

A compra, ainda de acordo com Derrite, foi feita por uma mulher. Ela foi vista nas imagens de segurança do comércio. Os policiais também pegaram as imagens de câmeras de rua no trajeto do comércio até o local do tiroteio.

Após ser presa, a mulher acabou entregando Erickson, Kauã e Mazzaropi. Embora tenha sido apontada inicialmente como participante ativa do esquema de tráfico de drogas, a Defensoria alegou que, na verdade, ela não passava de usuária de drogas. Policiais que participaram da prisão confirmaram que ela é dependente.

Erickson, também conhecido como Deivinho, se entregou na noite do último domingo (30/7). Antes, ele gravou um vídeo em que pedia para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, pararem com a “matança”. Em áudio obtido pelo Metrópoles, um homem dá instruções sobre como o vídeo deveria ser gravado.

Ordem do PCC

De acordo com informações da Polícia Civil, Deivinho se entregou após ordem do PCC. Isso teria acontecido porque a movimentação policial em busca dos envolvidos na morte do PM estaria atrapalhando o comércio de drogas na região.

No dia do crime, segundo a polícia, Erickson vigiava um ponto de venda de drogas enquanto Kauã ficava em um outro ponto alertando sobre a possível chegada de viaturas à comunidade. Ele teria avisado o irmão sobre a chegada da viatura em que estava Patrick. Em depoimento, os dois irmãos dizem que quem atirou no PM foi Mazzaropi.

Mazzaropi, que seria o operador do esquema de tráfico que entregava a droga aos compradores, mantém a versão da polícia de que o autor do disparo foi Deivinho.

A morte do PM

O soldado da Rota Patrick Bastos Reis foi baleado durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda. Atingido no tórax, ele não resistiu. Já o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya, de 39 anos, foi ferido na mão. Os tiros foram disparados a até 70 metros de distância, segundo a SSP.

Após a morte do policial, iniciou-se escalada da violência na região. Segundo a Ouvidoria da Polícia de São Paulo, o número de mortes pode ser maior do que o divulgado. O órgão também alertou para a denúncia de excessos cometidos por parte das forças policiais. O governador nega que esteja havendo abusos.

No entanto, moradores têm feito relatos e vídeos indicando possíveis abusos. Um vídeo que circula nas redes sociais flagra ação violenta da PM durante abordagem em uma comunidade do Guarujá. A gravação foi feita nos últimos dias.

No vídeo que circula nas redes, é possível ver dois policiais militares saindo de uma viatura em comunidade do Guarujá e avançando sobre um carro preto (veja abaixo). Os PMs gritam e ameaçam os dois ocupantes do veículo. Os homens são agredidos com chutes e golpes de cassetete. A gravação é feita por moradores que observam tudo a distância.

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