De sushi a cervejaria: a lista suja de trabalho escravo em SP

Ministério do Trabalho incluiu 204 novos nomes na lista suja do trabalho escravo, sendo 32 deles de São Paulo

atualizado 12/10/2023 19:59

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foto colorida de referência sobre trabalho escravo mostra duas mãos negras lado a lado sujas e deterioradas pelo trabalho físico - Metrópoles Divulgação/MPAP

São Paulo — Segundo estado com o maior número de empregadores incluídos na lista suja do trabalho escravo neste mês, São Paulo registrou 32 novos nomes na relação, incluindo fazendas produtoras de café e açúcar, uma cervejaria e três restaurantes de comida japonesa.

A lista suja foi atualizada pelo Ministério do Trabalho, na última terça-feira (10/10), com 204 novos nomes. Segundo a pasta, foi a maior inclusão de empregadores já registrada na história.

Entre eles está a cervejaria Kaiser, do Grupo Heineken, que passou a integrar a lista após o resgate de 23 motoristas em condições degradantes no galpão de uma transportadora em Jacareí, no interior paulista, em 2021.

Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), todos eram imigrantes – um haitiano e os demais, venezuelanos – que trabalhavam em jornadas exaustivas sem acesso a água potável.

Em nota, o Grupo Heineken afirmou ter sido surpreendido pela fiscalização e declarou que a transportadora, uma empresa terceirizada, não integra mais o seu quadro de fornecedores.

“Na ocasião, que nos deixou perplexos, nos mobilizamos para prestar todo apoio aos trabalhadores envolvidos e para garantir que todos os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos prontamente”, diz o texto.

Operação Sushi Paulistano

Três restaurantes de comida japonesa localizados na capital paulista integram a lista de trabalho escravo atualizada pelo ministério. Dois deles estão situados na zona norte da cidade e foram alvo da Operação Sushi Paulistano, deflagrada em setembro do ano passado.

Na ocasião, 17 empregados em condições análogas às de escravos trabalhavam para os estabelecimentos em longas jornadas, sem receber por horas extras e dormiam em locais sem higiene, com paredes mofadas e alto risco de incêndio.

Segundo o MPT, os auditores entenderam que as empresas compartilhavam a mão de obra dos empregados, que não possuíam registro em carteiras de trabalho e eram provenientes de outros estados.

Trabalhadores resgatados em fazendas

De acordo com o ministério, foram identificados mais 1.770 empregados em condições de trabalho análogas à escravidão em todo o país, sendo 279 deles somente em São Paulo.

A fazenda Nossa Senhora das Graças, em Pedregulho, no interior, produtora de café, lidera a lista estadual.

Em 2021, uma ação do MPT com a Polícia Federal (PF) resgatou 56 trabalhadores do local, dos quais 10 deles eram adolescentes entre 13 e 17 anos de idade. Todos trabalhavam sem registro em carteira de trabalho, com jornadas excessivas, e eram acomodados em alojamentos com condições precárias.

Outra fazenda que entrou recentemente para a lista é fornecedora de açúcar da marca Caravelas e fica na zona rural de Pirangi, onde 32 trabalhadores foram resgatados em janeiro deste ano. Segundo o MPT, os empregados foram aliciados e levados de Minas Gerais para trabalhar no canavial, instalados em acomodações precárias e não recebiam salário.

A lista suja completa pode ser conferida aqui.

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