São Paulo – Uma das mulheres que estiveram presentes na festa em uma mansão no Morumbi, na zona sul de São Paulo, organizada por dois “coaches” americanos responsáveis por um curso para conquisar mulheres, afirmou que não sabia do que se tratava o evento e que se sentiu enganada. Para ela, a festa foi o “cúmulo do machismo”.
“Me senti usada, me senti enganada, traída. Isso para mim foi o cúmulo do absurdo, cúmulo do machismo. Eu achava que era uma festa entre amigos, apenas. Não sabia que tinha um curso em volta disso, onde homens querem conquistar mulheres”, disse à TV Globo e ao portal G1.
Segundo a testemunha, a festa ocorrida no dia 26 de fevereiro teria sido usada como uma “aula prática” de um curso promovido pelo grupo “Millionaire Social Circle” (MSC) para conquistar mulheres no país.
De acordo com o relato feito à polícia, a maioria dos homens da festa era de outros países. Ela afirmou ter sido chamada para o evento por um homem americano que conheceu em um aplicativo de namoro. “Eram quase todos os homens estrangeiros em maioria, em 90% dos homens presentes na festa”.
Nessa quarta-feira (15/3), a Polícia Civil abriu investigação sobre a festa para apurar possível crime de “favorecimento de prostituição ou outra forma de exploração sexual e agenciar, aliciar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher exploração sexual”. O caso está em investigação pelo 34º Distrito Policial (Morumbi).
Os organizadores alegam que as pessoas que estavam no evento eram adultas “que escolheram estar lá por livre e espontânea vontade”.
David Bond e Mike Pickupalpha também gravaram, na semana passada, uma live pelo Instagram na qual dizem que sofreram cancelamento no Brasil e que estão sendo acusados falsamente de turismo sexual. Ele ainda chamou as mulheres que denunciaram o caso de “feministas” e “estúpidas”.
Procurado pelo Metrópoles pelas redes sociais, o MSC enviou uma mensagem dizendo que o “programa” envolve “palestras”, “sessões de fotos” e “eventos sociais” e que “tudo foi 100% consensual”.
