Creche de SP é interditada e mais de 100 crianças são transferidas

Prefeitura aponta "perigo de ruína iminente" no muro da creche no Jardim Ângela; mães reclamam de transferência para escolas mais distantes

atualizado 28/07/2023 10:18

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Imagem colorida mostra fita zebrada interditando terreno de escola em São Paulo. Muro ao fundo tem desenhos infantis - Metrópoles Reprodução

São Paulo – Mais de 100 crianças matriculadas no Centro de Educação Infantil (CEI) Jardim São Manoel, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, serão transferidas para outras escolas da região.

Isso porque a creche precisou ser interditada pela Prefeitura depois que um muro começou a apresentar rachaduras e ameaçar a segurança dos alunos e funcionários.

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Defesa Civil de São Paulo vistoriou rachadura no muro em 2022 e apontou necessidade de análise aprofundada
CEI Jardim São Manoel é interditada por problema com muro
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Imagem de 2022 mostra rachadura no muro da CEI Jardim São Manoel

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Defesa Civil de São Paulo vistoriou rachadura no muro em 2022 e apontou necessidade de análise aprofundada

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CEI Jardim São Manoel é interditada por problema com muro

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Um documento emitido pela Subprefeitura de M’Boi Mirim afirma que há “perigo de ruína iminente” no espaço. “Este fato grave ameaça a integridade física de seus ocupantes, dos vizinhos e do público em geral”, diz o texto.

Em fevereiro de 2022, um agente da Defesa Civil visitou o local e apontou para a necessidade de uma análise mais aprofundada do problema, mas, segundo moradores da região, nada foi feito desde então.

Com a interdição, mães de crianças matriculadas no CEI Jardim São Manoel fizeram um abaixo-assinado para pedir pela reforma e reabertura rápida do espaço.

As famílias reclamam que os filhos foram transferidos para escolas mais distantes.

Janaina Mendes de Almeida, 27, é uma das mães que assina o documento. Ela conta que o filho de três anos foi transferido para uma creche a mais de 2,5 km de distância.

“A gente não tem interesse em mandar [as crianças] para escola longe”, afirma a mãe, que tem mantido o filho fora da escola até conseguir uma nova transferência. “Ele amava [o CEI] e todos os dias pergunta se vai para a escolinha”, diz Almeida.

O filho de Marilene da Silva Gomes, 41, também foi transferido para uma escola distante de sua casa. O novo endereço fica a cerca de meia hora de caminhada.

Ela chegou a pagar uma pessoa para cuidar do menino enquanto tentava uma vaga em uma unidade mais próxima, mas, sem conseguir uma alternativa, precisou matricular o filho na creche indicada pela Diretoria Regional de Ensino (DRE) Campo Limpo.

“O que me preocupa é o transporte. Eu fico com medo de não ter todo dia”, diz a mãe. Por causa da distância, o estudante será atendido pelo sistema de transporte de alunos da prefeitura. O serviço é gratuito.

As famílias também criticam a demora da Prefeitura em apresentar uma solução para o problema do muro.

Evelyn Letícia Alves dos Santos, 28, mora em frente à creche e diz que as rachaduras foram notadas há bastante tempo. Segundo Santos, as rachaduras começaram depois que as raízes de uma árvore avançaram sob o muro.

O filho dela foi transferido para uma escola do outro lado da avenida que cruza o bairro. O caminho a pé é feito entre 15 e 20 minutos.

Ela lamenta a interdição do CEI Jardim São Manoel e teme que a escola seja fechada para sempre. “A gente não quer que a creche seja derrubada”, afirma a mãe.

Santos diz ainda que a adaptação das crianças nas novas escolas é um desafio. “A gente sabe que não é fácil para uma criança, até mesmo uma grande, se adaptar”.

Parlamentares do PSol acionaram o Ministério Público de São Paulo e o Tribunal de Contas do Município para acompanhar o caso.

O vereador Celso Giannazi, o deputado estadual Carlos Giannazi e a deputada federal Luciene Cavalcante querem que a Secretaria Municipal da Educação garanta que os 100 bebês e crianças matriculados no CEI Jardim São Manoel sejam remanejados para unidades próximas de suas casas.

Os parlamentares também pedem a realização rápida da obra na creche e solicitam a responsabilização da Prefeitura caso o fechamento seja definitivo.

O Metrópoles questionou a Prefeitura sobre a interdição e a transferência dos alunos. Em nota, a gestão Ricardo Nunes (MDB) afirmou que todas as crianças matriculadas no CEI Jardim São Manoel foram realocadas para uma unidade no entorno e que ninguém ficará sem atendimento.

“Os que necessitarem e se enquadrarem nos critérios serão atendidos pelo Transporte Escolar Gratuito (TEG). A Diretoria Regional de Educação (DRE) está acompanhando cada caso, orientando os pais e responsáveis e à disposição para quaisquer esclarecimentos”, diz a administração municipal.

A nota explica ainda que a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) realizou uma vistoria no CEI Jardim São Manoel nesta semana e foi constatada a necessidade de uma “intervenção em caráter emergencial para a recuperação estrutural do muro”.  A previsão é que os trabalhos sejam iniciados já na próxima semana.

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