São Paulo — A mudança do fluxo da Cracolândia para a Rua Mauá, ao lado da Estação da Luz, na região central de São Paulo, gerou críticas por parte de moradores e comerciantes do Bom Retiro, que se manifestaram nesta quinta-feira (9/11) em redes sociais com uma nota assinada por diversas entidades.
“Trata-se de um ponto de entrada vital para os trabalhadores, moradores e visitantes do bairro, sendo esses constituídos em maior número por mulheres”, diz a nota de repúdio assinada, entre outros, pelo Conselho de Segurança (Conseg) do Bom Retiro.
O fluxo da Cracolândia ficava anteriormente no cruzamento entre a Avenida Rio Branco e a Rua dos Gusmões, cerca de 600 metros distante do ponto atual, na lateral da Luz.
A mudança já causa transtornos. Na última terça-feira (7/11), houve tumulto entre as forças de segurança pública e dependentes químicos, com confronto nas ruas da região e a invasão da Estação da Luz por um portão lateral, na Rua Mauá.
Segundo os representantes do bairro, o comércio e a visitação turística do bairro já estão sendo castigados e serão ainda mais afetados.
“Antes de qualquer ação, solicitamos às autoridades competentes informações compostas por laudos das análises de impacto sobre a vizinhança e que sejam sobretudo discutidos de forma transparente com os respectivos moradores e trabalhadores do bairro”, afirmam, em nota.
Como a nota conta também com a assinatura de outras entidades que não representam exclusivamente o Bom Retiro, mas também de outras áreas, foi manifestado o desejo de que o fluxo não permaneça na região central da capital paulista.
“É preciso uma forma de tratamento eficiente e o combate duro ao tráfico de entorpecentes. A população não pode ficar exposta a essa insegurança pública que tantos males causa para todos”, diz.
Não é a primeira vez que comerciantes e moradores do Bom Retiro se manifestam contra a presença do fluxo nas proximidades do bairro.
Em julho, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que pretendia transferir a aglomeração para as proximidades da Rua Prates, o que gerou revolta nas pessoas que vivem na região. Após a reação negativa, houve recuo do governo estadual, que desistiu da ideia.
