Contra poliomielite, SP monitora esgoto em oito pontos da capital

Monitoramento ambiental é uma das ações da Prefeitura de SP este ano para diminuir o risco de reintrodução da poliomielite na capital

atualizado 18/04/2023 16:30

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vacinação Myke Sena/Especial para o Metrópoles

São Paulo – A Prefeitura de São Paulo anunciou o fortalecimento da vigilância laboratorial e epidemiológica para evitar a reintrodução da poliomielite na capital paulista neste ano. Entre as medidas está o monitoramento de água e esgoto, pela Companhia Ambiental do estado (Cetesb), em oito pontos da cidade para detectar a presença do poliovírus, causador da paralisia infantil.

Segundo a prefeitura, os pontos de monitoramento estão espalhados em locais como as proximidades dos aeroportos e de centros de acolhida. 

Outras ações previstas são reforçar a vacinação, acompanhar mensalmente dos indicadores de vigilância, treinamento para busca ativa de casos suspeitos de paralisias flácidas agudas em hospitais, capacitar profissionais de saúde, monitorar refugiados de países com registro do vírus, entre outras medidas.

O pacote tem o objetivo de responder de forma rápida a um eventual risco da doença, com base nas recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um enterovírus (gênero de vírus que tem como principal meio de replicação o trato gastrointestinal) chamado poliovírus.

As sequelas normalmente são motoras e não têm cura, podendo afetar tanto crianças quanto adultos e levar à paralisia total ou parcial dos membros inferiores.

Desde 1988 o estado de São Paulo não tem a confirmação de casos de poliomielite. Mas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil apresenta alto risco para reintrodução da doença, segundo avaliação realizada nos 5.570 municípios brasileiros.

Esta avaliação levou em conta aspectos como cobertura vacinal contra poliomielite, vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas (PFA, um grupo de doenças que atinge crianças, entre as quais encontra-se a paralisia infantil), acesso da população a saneamento e ocorrência de casos de outras doenças imunopreveníveis nos últimos cinco anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, há 34 anos, em 19 de março de 1989, o Brasil confirmava o último caso de poliomielite em território nacional, antes mesmo do último registro no continente americano.

A conquista, reforça a pasta, foi possível graças às ações de vacinação em larga escala, que conferiram aos brasileiros a certificação de eliminação da doença. O último registro ocorreu no município de Sousa (PB).

Juliana Monti Maifrino Dias, da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE),da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), explica que toda paralisia é notificada para comprovar para a OMS que o país continua livre da polio: “A partir da notificação, espera-se que a investigação desse caso seja deflagrada em até 48 horas, tendo como meta a investigação oportuna de pelo menos 80% dos casos notificados”.

Refugiados/repatriados

O município de São Paulo também tem realizado acolhimento de pessoas que tiveram visto humanitário concedido. Muitos desses refugiados/repatriados que estão entrando na capital são provenientes de países com circulação de poliovírus, seja selvagem ou derivado vacinal, como Afeganistão e Paquistão.

Para possível detecção de importação do vírus, com postos de monitoramento em aeroporto e centros de acolhidas, são realizadas ações de coleta e análise de fezes em menores de 21 anos desta população. No ano de 2022, todas as 65 amostras coletadas tiveram resultado negativo.

Vacinação

A vacina contra a poliomielite, lançada em 1953, é a única forma de prevenção da doença. Todas as crianças menores de cinco anos  devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.

O esquema é de três doses da vacina injetável (VIP), aos 2, 4 e 6 meses, além de duas doses de reforço com a vacina oral bivalente (VOP, gotinha), aos 15 meses e aos 4 anos. Em 2022, a cobertura vacinal contra a pólio no município de São Paulo atingiu 81,12%, abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, de 95% do público-alvo.

Os imunizantes estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas. Na cidade de São Paulo, acompanhe a vacinação acessando o Vacina Sampa.

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