São Paulo – Liberado para deixar o PL e se filiar a outra legenda para disputar a Prefeitura de São Paulo na eleição do ano que vem, o deputado federal Ricardo Salles flerta com um partido que acabou de ser criado: o PRD, oriundo da fusão do PTB com o Patriota.
Salles já negociava o apoio do Patriota para 2024 e aguardava o resultado da fusão entre os partidos para avaliar uma possível filiação ao PRD, criado para superar a cláusula de barreira e ter acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita em rádio e TV durante as eleições.
A fusão foi aprovada na quinta (9/11), após mais de um ano parada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e deu à sigla o número de urna 25, o mesmo que era utilizado pelo DEM, partido que se fundiu ao PSL e deu origem ao União Brasil em 2022.
Atual presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab foi prefeito de São Paulo enquanto ainda era filiado ao DEM. Embora tenha assumido a Prefeitura em 2006, com a renúncia de José Serra (PSDB) para disputar o governo estadual, Kassab foi reeleito nas eleições de 2008 utilizando o número 25 nas urnas.
Para o ano que vem, Kassab já sinalizou publicamente o apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas também tem auxiliado, nos bastidores, a campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP).
O novo partido de Salles
Com a ajuda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro do Meio Ambiente, Salles conseguiu a liberação do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para deixar o partido sem perder o mandato de deputado federal, que vai até 2026.
A aliados, Salles já havia dito que não via outra opção que não se filiar a um partido nanico para lançar sua candidatura, já que a maior parte das siglas de direita e centro-direita sinalizou apoio a Nunes.
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No entanto, a fusão do Patriota com o PTB deixou o novo partido mais atrativo pela possibilidade do uso de recursos do fundo eleitoral na campanha do próximo ano.
Com a aprovação do TSE, foram liberados ao PRD R$ 22,8 milhões que estavam bloqueados do fundo partidário, referentes ao acumulado entre fevereiro e outubro deste ano – uma média de R$ 2,5 milhões de verba pública por mês.
Outra opção na mira de Salles é o PRTB, que não teve deputados federais ou senadores eleitos em 2022 e, portanto, não tem acesso ao fundo eleitoral.
