São Paulo — Enquanto esteve em São Paulo, nesta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que seus aliados mais próximos no estado dessem apoio mais explícito ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem ele próprio havia se desentendido no mês passado.
Embora Tarcísio e Bolsonaro já tivessem selado a paz após o atrito causado por divergências em relação à reforma tributária, bolsonaristas continuavam com o fogo amigo ao governador paulista nos bastidores e até em publicações as redes sociais.
Na terça-feira, Bolsonaro falou para deputados bolsonaristas paulistas ajudarem o governo Tarcísio, que projeta um segundo semestre mais desafiador na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Entre uma série de projetos polêmicos que o governador deve enviar ao Legislativo, está a reforma administrativa e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para remanejar recursos da Educação para a Saúde — esta última precisa de quórum qualificado (dois terços dos 94 votos).
O deputado estadual Gil Diniz, um dos bolsonaristas mais leais da Bolsonaro e que vinham criticando o governo Tarcísio nas redes, publicou uma foto ao lado de ambos após conversar com o ex-presidente.
“Jair Bolsonaro é Tarcísio, logo, sou Tarcísio também! Que Deus abençoe nosso Presidente Bolsonaro e nosso Governador Tarcísio Gomes de Freitas! Juntos por São Paulo e pelo Brasil!”, publicou o deputado, na legenda da foto em sua página no Instagram.
Ausência no discurso
Apesar do pedido para cessar o fogo amigo a Tarcísio, Bolsonaro pouco falou sobre o governador e afilhado político nos discursos que fez durante as agendas em São Paulo.
Na terça-feira (25/7), Bolsonaro falou por mais de 40 minutos na Câmara Municipal de São Paulo, durante uma cerimônia organizada pelo PL para marcar a filiação do vereador Fernando Holiday.
Na quarta (26/7), também fez um discurso para um grupo de cerca de 150 empresários, reunidos em uma mansão do Morumbi em um almoço beneficente que serviu para estimular a aliança ente o presidente e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição.
Em ambos ficou faltando, na avaliação de pessoas próximas a Tarcísio, uma fala mais enfática em defesa do governador ou citações a programas que ele vem adotando em São Paulo.
