São Paulo – A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em São Paulo aponta que o faturamento de estabelecimentos nas regiões onde houve desfiles de blocos caiu cerca de 40% no primeiro fim de semana oficial de Carnaval de rua.
Por conta disso, o presidente da Abrasel, Joaquim Saraiva, anunciou que a instituição pedirá à Prefeitura da capital para que os desfiles dos blocos sejam realizados no Autódromo de Interlagos, na zona sul, ou dentro de parques, a partir do próximo ano.
“Nesse ano pós-pandemia, nós não conseguimos nos organizar. Mas, no ano que vem, por nós sabermos que o Carnaval é importante para a cidade de São Paulo, e para torná-lo mais atrativo, nós devemos conversar com a Prefeitura para que esses blocos tenham horários em lugares como o Autódromo de Interlagos, onde tem bastante espaço, e em outras regiões, como parques”, diz Saraiva.
O representante afirma que as interdições de trânsito impedem que os clientes habituais cheguem aos bares e restaurantes. Saraiva também aponta outros fatores que prejudicam o faturamento, como a quantidade de pessoas que viajam para fora da capital, mas o problema maior seriam mesmo os blocos
“As pessoas que estão nos blocos não são consumidoras do bar e do restaurante. Elas se alimentam e tomam cerveja, refrigerante, água dos camelôs que estão na rua. Os botecos até abrem para vender água e cerveja. Mas não é o caso dos bares e dos restaurantes que têm um cardápio. Nesses locais, não existe consumo, e alguns deles até optam por fechar.”
De acordo com a Prefeitura, as ruas das cincos regiões da capital foram tomadas por 1,5 milhão de foliões, em 165 desfiles de blocos no último fim de semana, considerado o pré-Carnaval oficial da cidade. Foram apreendidos 594 produtos que estavam sendo comercializados irregularmente nas ruas, dos quais 367 na região de Pinheiros, bairro que concentra bares e restaurantes.
“Nós não somos contra o Carnaval, é um evento muito importante para a cidade de São Paulo. Os blocos são super importantes como atração, mas em áreas específicas, dentro de um mapeamento da cidade, desde que não prejudiquem o trânsito, a chegada dos moradores e os clientes de irem até o restaurante”, diz o presidente da Abrasel.
