Amiga drag encomendou a morte de ator achado carbonizado, diz polícia

A drag queen Lunna Bclak, de 30 anos, teria pagado R$ 10 mil para assassino particular matar e sumir com o corpo do ator Yago França

atualizado 17/03/2023 19:38

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São Paulo – José Henrique Silva Santos, de 30 anos, a drag queen Lunna Black, teria admitido à polícia que pagou R$ 10 mil para um assassino de aluguel matar e sumir com o corpo do ator Yago Henrique França, de 29 anos.

Morador de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Yago foi encontrado morto e com o corpo parcialmente carbonizado, no dia 1º de março, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Ele foi visto vivo pela última vez em 27 de fevereiro, quando se encontrou com a amiga em um culto religioso, na zona sul da capital paulista.

Como antecipado pelo Metrópoles, Lunna foi presa na manhã desta sexta-feira (17/3) no Capão Redondo, zona sul da capital paulista, juntamente com cabeleireiro Robson Pereira Felipe e o namorado dele, o pai de santo Lucas Santos de Souza, ambos de 33 anos.

O assassino já foi identificado pela Polícia Civil de São Bernardo do Campo. Ele permanecia foragido até a publicação desta reportagem.

Em depoimento ao Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa da cidade do ABC, Lunna admitiu ter contratado o matador particular por orientação do pai de santo.

Ela e Yago mantinham um projeto que levava a arte drag queen à periferia da capital paulista, como a própria Lunna afirmou em entrevista ao Metrópoles, logo após o corpo de Yago ser encontrado. Ele era filho único e foi identificado pela mãe por causa de tatuagens alusivas ao universo Harry Potter.

Lunna e o ator se conheceram em 2016, durante um curso de preparação para drags. Yago era ator, drag queen e tarólogo.

A dupla recebia cachê pelas apresentações e Lunna teria deixado de repassar a parte de Yago, devendo ao amigo cerca de R$ 40 mil, segundo as investigações policiais.

Com receio de ser cobrada, ele foi pedir orientações ao religioso, que sugeriu “se livrar” de Yago, afirmou o delegado do setor de homicídios Cristiano Sacrini, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira.

O cabeleireito Robson Pereira Felipe (dir) e o namorado dele, o pai de santo Lucas Santos de Souza, ambos de 33 anos, presos sob a suspeita de envolvimento na morte de Yago

Mentiras

Lunna combinou de se encontrar com Yago no terreiro administrado por Lucas, na zona sul paulistana, por volta das 15h do dia 27 de fevereiro, quando o ator foi visto pela última vez com vida.

Ao Metrópoles, ela afirmou que não teve tempo de conversar com Yago durante os supostos trabalhos religiosos feitos no dia.

O amigo teria lhe enviado, após supostamente ir embora, mensagens de texto informando que iria se encontrar “com um boy”, o qual teria conhecido por meio de um aplicativo de paquera.

Lunna enviou à reportagem prints da suposta conversa com o amigo, afirmando ter sido a última pessoa com quem ele havia se comunicado antes de sumir.

Uma câmera de monitoramento desmente a versão de Lunna (veja abaixo).

 

Nas imagens, segundo a investigação, Lunna, o cabeleireiro e o pai de santo colocam Yago dentro de um carro. A vítima está aparentemente dopada.

O quarto investigado, ao qual se atribui o homicídio, teria matado e carbonizado o corpo da vítima depois disso.

A polícia investiga as circunstâncias em que o assassinato ocorrreu, da mesma forma que aguarda resultados de exames para verificar qual substância a vítima teria ingerido para ficar desnorteada.

Antes de o caso ser esclarecido, Lunna afirmou ao Metrópoles ter perdido “parte de seu corpo”, se referindo ao projeto de drag que mantinha com Yago.

“Sem o Yago, o projeto que a gente construiu, em si, não tem como continuar. Não existe uma substituição, pois é nossa história, nosso sonho. Não sei o que faço, perdi parte do meu corpo”, afirmou.

Yago Henrique França se apresentava como drag queen e mantinha projetos culturais na periferia de São Paulo

Desconfiança no enterro

Amigos desconfiaram do corpotamento de Lunna durante o velório e sepultamento de Yago, no último dia 9, no Cemitério da Vila Mariana, em São Paulo.

O jornalista Maxwell Rodrigues, de 31 anos, amigo de Yago, afirmou que Lunna chegou ao velório no carro do pai de santo. Assim que ela desembarcou, o religioso se retirou com o veículo do local.

“Ela desembarcou, nem olhou para o caixão, e foi conversar com uma tia do Yago”, afirma.

Familiares de Yago passaram a questionar Lunna sobre a dinâmica dos últimos momentos em que teria visto a vítima.

“Ela começou a entrar em contradição e sumiu. Ela só apareceu de novo quando o corpo do Yago foi sepultado, olhando de longe.”

A funcionária pública Débora Cardinali, de 27 anos, também desconfiou do comportamento de Lunna no velório.

“Ela deu tapinhas nas costas de um amigo do Yago, que estava desolado, mas com muita frieza, ela não demonstrava nada. Ela não se aproximou do caixão. Ficou cinco minutos [no velório] para falar que foi.”

As investigações continuam para prender o quarto suspeito e esclarecer as circunstâncias em que o ator foi morto e carbonizado.

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