Alunos grevistas podem perder vaga na USP se não voltarem às aulas

Estudantes são reprovados nas disciplinas com menos de 70% de presença, o que pode levar ao cancelamento da matrícula para os calouros

atualizado 26/10/2023 12:55

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imagem colorida mostra prédio da EACH, na usp, vazio e com faixas relacionadas à greve - metrópoles Mobilização EACHiana / Divulgação

São Paulo — Os alunos da Universidade de São Paulo (USP) que ainda permanecem em greve correm o risco de perder o semestre e até mesmo a vaga na instituição se não voltarem às aulas na próxima semana. Os estudantes estão paralisados desde o dia 21 de setembro, em protesto contra a redução do número de professores.

O Metrópoles teve acesso a um comunicado interno sobre o tema enviado pela Pró-Reitoria de Graduação para as diretorias das unidades nessa terça-feira (24/10). O documento mostra que os estudantes não atingirão o percentual mínimo de frequência exigido para aprovação no semestre caso continuem paralisados por mais uma semana.

Segundo o Regimento Geral da USP, um aluno precisa ter pelo menos 70% de presença para ser aprovado no semestre.

O mesmo regimento aponta ainda que um estudante pode ter a matrícula cancelada se for reprovado por frequência em todas as disciplinas de um semestre no ano em que ingressou na universidade. Com isso, os alunos do 1º ano podem perder a vaga na USP.

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Método de empilhar carteiras em frente às portas é utilizado para evitar que alunos e professores furem a greve aprovada em assembleias
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Imagens internas da FFLCH, na USP, com piquete montado por estudantes em greve; eles protestam contra a falta de professores
Piquete montado por estudantes em greve da FFLCH fecha uma das entradas do prédio dos cursos de Ciências Sociais e Filosofia
Barricadas fecham acesso às salas de aula no prédio de Geografia da FFLCH - USP
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Barricadas em frente às salas de aula são alvo de críticas

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Imagens internas da FFLCH, na USP, com piquete montado por estudantes em greve; eles protestam contra a falta de professores

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Piquete montado por estudantes em greve da FFLCH fecha uma das entradas do prédio dos cursos de Ciências Sociais e Filosofia

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Barricadas fecham acesso às salas de aula no prédio de Geografia da FFLCH - USP

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Prédios da USP tem cartazes pedindo por mais professores

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A universidade anunciou na semana passada que não vai alterar o calendário da graduação por causa da paralisação dos alunos. Em outras greves estudantis, a USP chegou a prorrogar o ano acadêmico para a reposição das aulas, segundo os estudantes.

Duas unidades continuam paralisadas até o momento e podem ser diretamente impactadas pela decisão: a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Juntas, elas têm mais de 12 mil alunos matriculados na graduação.

O anúncio pegou os estudantes de surpresa. “Os estudantes estão bem assustados, sobretudo os calouros”, diz Amanda Ferreira, que está no 3º ano de Obstetrícia na EACH.

Ela explica que a medida afeta inclusive alunos que tiveram alguma falta antes da paralisação, já que as ausências serão somadas para o cálculo final da frequência escolar.

Amanda afirma que a reitoria tinha se comprometido em um documento anterior a pensar um calendário de reposição das aulas.

“Um dos pontos da negociação [da greve] era que a reposição de aulas seria planejada junto com os estudantes e os docentes de modo a não prejudicar”, diz a aluna.

O documento citado pela estudante é a lista de promessas entregue pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior durante a negociação pelo fim da greve.

No texto, a Pró-Reitoria de Graduação afirma que submeterá ao Conselho de Graduação uma proposta de calendário de reposição das aulas.

O documento diz ainda que “orientará a Comissão de Graduação das unidades para que sejam reduzidos os prejuízos pedagógicos decorrentes do período de greve, indicando a necessidade de tratamento dos conteúdos e reelaboração das atividades”.

Segundo a USP, o próprio Conselho de Graduação, no entanto, optou pela manutenção do calendário que já estava em vigor antes da greve.

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Estudantes levaram cartazes para protestar por mais professores na universidade
Alunos fizeram protesto durante as reuniões de negociação entre reitoria e alunos grevistas
Prédio da Reitoria da USP com cartazes de protesto de estudantes, que pedem a contratação de mais professores
Grade arrancada do espaço de convivência estudantil da ECA, na USP, durante protesto de estudantes contra a falta de professores
Aluno caminha em direção ao prédio da ECA, na USP; estudantes estão em greve e pedem a contratação de mais professores
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Protesto de estudantes em frente à reitoria da universidade; alunos pedem a contratação de mais professores

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Estudantes levaram cartazes para protestar por mais professores na universidade

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Alunos fizeram protesto durante as reuniões de negociação entre reitoria e alunos grevistas

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Prédio da Reitoria da USP com cartazes de protesto de estudantes, que pedem a contratação de mais professores

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Grade arrancada do espaço de convivência estudantil da ECA, na USP, durante protesto de estudantes contra a falta de professores

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Aluno caminha em direção ao prédio da ECA, na USP; estudantes estão em greve e pedem a contratação de mais professores

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Entrada da FFLCH, da USP, com cartazes relacionados à greve dos estudantes, que protestam contra a falta de estudantes

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Estudante do 5º ano de Marketing da EACH, Giulia Baffini diz que os alunos seguem paralisados na unidade porque ainda não tiveram suas demandas atendidas.

Os estudantes afirmam que a unidade sempre teve déficit de professores e reivindicam que o quadro de educadores seja ampliado para além das reposições de aposentadorias anunciadas pela universidade.

“A gente precisa hoje de 51 professores para a unidade e 36 apenas no curso de Obstetrícia”, afirma Giulia.

Ela explica que os alunos de Obstetrícia têm tido dificuldades para fazer os estágios porque, segundo uma regra do Conselho de Enfermagem, é preciso que exista um professor disponível para cada cinco alunos nos estágios.

A EACH, contudo, não teria educadores suficientes para aumentar a oferta de estágios por semestre, o que tem feito com que os alunos precisem, obrigatoriamente, estender o curso um ano além do planejado.

Giulia defende a continuidade da greve até que esta e outras pautas dos estudantes sejam tratadas pela reitoria.

Além das contratações, os alunos pedem que a USP volte a pagar o auxílio-permanência para estudantes que perderam o benefício no começo do ano e reivindicam a construção de quatro novos prédios na EACH.

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