São Paulo – Estudantes da Faculdade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo pedem o afastamento de dois dirigentes citados em denúncia de supostos desmandos que estão sob investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Além de uma nota pública, os alunos fizeram uma manifestação nesta terça-feira (14/3) pedindo a saída do presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, Tonico Ramos, e do diretor financeiro João Nunes. A fundação é a mantenedora da tradicional Faculdade de Medicina da Santa Casa.
Conforme o Metrópoles srevelou no último dia 10, uma denúncia que está sob investigação no MPSP acusa Tonico Ramos de usar a estrutura e os recursos financeiros da instituição para bancar gastos pessoais, como jantares pagos com o cartão de crédito corporativo, realizar serviços particulares e até campanhas eleitorais.
Na nota, os alunos de três centros acadêmicos que representam os cursos de Medicina, Fonoaudiologia e Enfermagem dizem querer “demonstrar sua indignação acerca das denúncias” feitos ao Ministério Público paulista e pedem providências.
“Quaisquer denúncias que envolvam apropriação indébita de capital, bem como uso de suas atribuições para fins pessoais, inaceitáveis por si só, tornam-se ainda mais agravadas aos olhos do corpo discente por se tratar de uma instituição privada e tradicional. A fragilização da imagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, intrínseca ao envolvimento em tais denúncias, afeta diretamente não apenas nosso futuro profissional, como nosso presente acadêmico”, diz a nota dos estudantes.
No documento, os estudantes defendem a autonomia acadêmica em relação à fundação e pedem a manutenção da secretaria geral da entidade, “que, aparentemente, vem sofrendo ameaças e intimidações para seu desvio de função e concorrência indevida com a hierarquia acadêmica e administrativa”.
Em nota enviada ao Metrópoles na semana passada, a fundação informou apenas que recebeu o pedido de explicações do MPSP e que irá investigar as suspeitas internamente.
“No âmbito da Fundação, serão tomadas às providências previstas no Código de Ética e Conduta, com a instauração imediata de procedimentos administrativos investigatórios e demais providências cabíveis que se fizerem necessárias para plena elucidação dos fatos”, diz a entidade.
