São Paulo – Aliado de Gilberto Kassab, o ex-vereador José Police Neto (PSD) abriu mão da cadeira que iria herdar na Câmara Municipal de São Paulo e vai assumir cargo no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Com isso, o coronel Marcelo Vieira Salles (PSD), ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, foi empossado vereador da capital paulista.
A Câmara Municipal retornou do recesso na tarde desta quarta-feira (1/2), com cinco novos parlamentares. As mudanças na Casa são resultado das eleições de 2022, já que vereadores de São Paulo foram eleitos deputado estadual ou federal.
Nome tradicional da política paulistana, José Police Neto foi vereador por quatro mandatos consecutivos e chegou a presidir a Câmara durante a gestão de Kassab na Prefeitura. Sem conseguir se reeleger em 2020, ele era o primeiro suplente do PSD e assumiria a vaga de Felipe Becari (ex-PSD e hoje no União), agora na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em vez da cadeira na Câmara de Vereadores, no entanto, Police Neto preferiu aceitar o cargo de secretário-executivo na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, comandada por Marcelo Branco, e vai engordar a lista de aliados políticos de Kassab no governo de São Paulo. No Estado, ele deve ficar à frente de projetos de desenvolvimento de regiões metropolitanas.
Ex-comandante da PM assume
Assim, a vaga de vereador passa para o coronel Marcelo Vieira Salles, o comandante da PM de São Paulo nos governos Márcio França (PSB) e João Doria (ex-PSDB). Em 2020, já afastado da comando da corporação, ele saiu candidato a vereador, mas não conseguiu votos suficientes.
Na PM, a gestão de Salles foi marcada pela queda da taxa de homicídios, aumento da letalidade policial e pelo episódio de Paraisópolis, quando nove pessoas morreram durante uma ação policial em um baile funk, em 2019.
Desde março de 2021, ele era subprefeito da Sé, onde fica a Cracolândia, nomeado por Bruno Covas (PSDB) e mantido por Ricardo Nunes (MDB).
Como vereador, Salles diz querer levar a experiência de subprefeito para fortalecer o debate sobre a Cracolândia, “apoiar as melhores iniciativas” e “fiscalizar o Executivo”. Também é favorável à cidade discutir internação compulsória de dependentes químicos.
“Temos condições de socorrer essas pessoas. Precisamos aprimorar a legislação e principalmente fazer tudo que pudermos de apoio à saúde”, diz o vereador. “(Precisamos) falar de internação compulsória, de internação voluntária e de internação involuntária para socorrer essas pessoas que estão em situação muito difícil no centro da cidade.”
Os outros vereadores a assumir cadeira na Câmara são Jussara Basso (PSOL), que herda da vaga de Erika Hilton; Nunes Peixeiro (MDB), suplente do delegado Palumbo; além dos petistas Manoel del Rio e Reis (este só até o dia 15 de março, quando será empossado deputado estadual), que assumem os postos de Alfredinho e Juliana Cardoso.
