As empresas brasileiras estão tendo maior dificuldade para sair da inadimplência. Em fevereiro, essas companhias conseguiram pagar 42,4% das dívidas em até 60 dias depois de negativação. Em janeiro, esse número havia ficado em 47%. Os dados fazem parte do Indicador de Recuperação de Crédito, preparado pela Serasa Experian, divulgado com exclusividade pelo Metrópoles.
Na avaliação de Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, a queda do índice reflete as “condições desfavoráveis” que dão o tom à economia nacional. Para reverter esse cenário, ele diz, seria necessário um recuo acentuado da inflação, além da retomada do crescimento econômico. Caso contrário, tais números permanecerão nesse patamar, “resultando, muitas vezes, em mais insolvência e inadimplência”.
Dados da Serasa Experian mostram que, em abril, foram registrados 93 pedidos de recuperação judicial no Brasil, medida que permite às empresas adiar e negociar o pagamento de dívidas. O número representou um aumento de 43,1% em relação ao mesmo mês de 2022. Os pedidos de falência também cresceram na mesma comparação. Eles passara de 81 para 91, num avanço de 12,3%.
Em relação às dívidas, em fevereiro, quase metade (49,1%) das contas mais baratas em atraso (com valor de até R$ 1 mil) foi paga. Para os débitos entre R$ 1 mil e 2 mil, foram 40,5% e, acima de R$ 10 mil, 43,3%.
As empresas do Nordeste foram as que mais quitaram as dívidas atrasadas em até 60 dias de negativação (55,6%). O ranking segue com o Norte (50,9%), Centro-Oeste (49,3%), Sul (45,2%) e Sudeste (40,6%). O Piauí liderou a recuperação de crédito em fevereiro. As empresas desse estado pagaram 67,6% das contas com até 60 dias de atraso. São Paulo obteve o pior resultado, com apenas 37,6% das companhias recuperando débitos vencidos.
