A Volkswagen vai reduzir pela segunda vez neste ano a produção de veículos em suas fábricas. A partir de 1º de junho, paralisações serão feitas nas linhas de montagem das unidades de São José dos Pinhais, no Paraná, e em Taubaté, no interior de São Paulo. Nessas indústrias, a montadora colocará em “layoff” (suspensão temporária do contrato de trabalho), que pode durar entre dois e cinco meses, cerca de 1,5 mil funcionários.
A medida tem como objetivo adequar a produção de veículos ao baixo volume de vendas, anotado neste ano. A decisão da montadora foi protocolada nos sindicatos de metalúrgicos das duas regiões na tarde de terça (2/5).
Na unidade paulista, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, a suspensão dos contratos afetará 799 de 3,1 mil funcionários. Nessa indústria, é produzido o modelo Polo Track.
No Paraná, a previsão é que parem 700 dos 2 mil trabalhadores. A produção diária de veículos no local deve cair de 500 para 300 unidades por dia. O objetivo era fabricar cerca de 100 mil veículos neste ano. Agora, serão 90 mil unidades. A Volks produz o modelo T-Cross nessa fábrica.
Entre março e abril, a montadora já havia dado férias coletivas para dois mil metalúrgicos na unidade de Taubaté e na fábrica de motores de São Carlos, também no interior paulista. Um grupo de 900 trabalhadores chegou a ficar afastado do trabalho por um mês.
Em abril, Márcio Lima Leite, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que reúne as principais indústrias desse segmento no país, disse, em entrevista ao Metrópoles, que há o risco de montadoras deixarem o Brasil por causa da queda registrada no mercado nos últimos anos.
Leite afirmou ainda que as indústrias do segmento pararam oito vezes e dois turnos foram eliminados. Isso durante o primeiro trimestre deste ano.
