Na noite de ontem (23/1), a Vibra (nome que a antiga BR Distribuidora recebeu após a privatização) informou o encerramento de uma parceria com a Americanas. A varejista e a empresa de energia eram sócias na Vem Conveniência, rede de lojas de conveniência das marcas BR Mania e Local.
A decisão de desfazer o negócio foi unilateral, segundo o comunicado da Vibra, e está relacionada à crise enfrentada pela varejista desde que veio a público o problema contábil no balanço da ordem de R$ 20 bilhões. Com dívidas de R$ 43 bilhões, a Americanas pediu recuperação judicial na semana passada.
A partir de agora, a Vem Conveniência será administrada exclusivamente pela empresa de combustíveis. Além disso, o desenho da rede de conveniência voltará a ser como antes: as mais de 1.200 lojas da BR Mania e as 55 unidades da marca Local retornarão para as mãos dos sócios originais.
“À luz dos recentes acontecimentos envolvendo a Americanas, que podem constituir alterações em premissas basilares que conduziram à celebração da Parceria, com potenciais impactos à Vem Conveniência, a Companhia informa que, nesta data, por determinação do seu Conselho de Adminsitração, notificou a Americanas para imediato encerramento da Parceria, tendo iniciado os trâmites e procedimentos necessários para seu desfazimento”, disse a Vibra, em comunicado.
Litígio
Mas o divórcio não deve ser amigável. A Americanas publicou na manhã de hoje (24/1) um fato relevante ao mercado dizendo que recebeu “com surpresa” a notificação da Vibra, e alegou que não houve “qualquer manifestação anterior ou qualquer comunicação prévia com a Americanas” informando o fim da parceria.
A joint-venture (como é chamada a constituição de um negócio por duas empresas) foi criada no início do ano passado, com o objetivo de explorar lojas de conveniência e o pequeno varejo. A Vem Conveniência registra um faturamento aproximado de R$ 1,5 bilhão ao ano.
No comunicado, a Americanas diz que pode levar a questão para a Justiça: “A administração da Companhia está avaliando os termos da notificação junto a seus assessores legais para resguardar o interesse da Americanas”.
