Venda da Braskem anima mercado, mas negócio pode travar: entenda

O preço das ações da petroquímica está baixo e a Petrobras, que é sócia na empresa, terá de definir se quer vendê-la, ou mesmo, comprá-la

atualizado 13/06/2023 9:39

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imagem colorida fachada braskem petroquimica Divulgação/Braskem

Em menos de um mês, a Braskem recebeu duas propostas de compra, o que fez as ações da companhia dispararem seguidas vezes na Bolsa de Valores. Só nesta segunda (12/6), subiram 6%, cotadas a R$ 27,15 – a maior alta do pregão. Na avaliação de analistas, esse assédio mostra o quanto a petroquímica brasileira vem sendo cobiçada no mercado, mas, por outro lado, nem de longe quer dizer que qualquer negócio possa ser fechado em breve.

Para Rodrigo Wainberg, analista da Suno Asset, as seguidas propostas recebidas pela empresa refletem um fato elementar, cujo teor não é, propriamente, positivo: “Elas mostram que o preço das ações da Braskem está baixo, ou seja, a companhia está barata”, diz.

Isso não quer dizer que a empresa, que lidera nas Américas a produção de resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC), está mal. Isso significa, observa Wainberg, que a companhia passa por um ciclo de baixa, sob muitos aspectos, provocado pelo desaquecimento das economias centrais do planeta.

Assim, se as ações da Braskem atingiram R$ 27,28 no último pregão da Bolsa, elas eram cotadas a R$ 67,00, em agosto de 2021. Até aqui, as propostas das compradoras são maiores do que o patamar atual, mas inferiores ao de dois anos atrás.

Preço por ação

No último fim de semana, a Unipar, a maior produtora de cloro e soda cáustica do país, se dispôs a pagar R$ 36,50 por ação. No fim de maio, a gestora de fundos americana Apollo, em conjunto com a Adnoc, uma estatal de petróleo de Abu Dhabi, haviam oferecido R$ 47 por ação.

Um relatório elaborado pelo BTG, assinado pelos analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, mostrou que, embora à primeira vista a proposta da dupla Apollo-Adnoc fosse maior, ela, na prática, era pior do que a da Unipar. Isso porque a segunda foi feita em dinheiro, enquanto a primeira incluía uma combinação de dinheiro, títulos e garantias, o que a colocava em R$ 30 por ação.

Posição da Petrobras

Além do valor das ações, ainda é preciso definir qual será a posição da Petrobras em relação à venda da companhia. Ela é sócia da Novonor (a antiga Odebrechet) na Braskem. A estatal detém 47% das ações com direito a voto da empresa (a Novonor fica com 50,1%). Do total de papéis, a petrolífera tem 36,1% e a companhia que sucedeu a Odebrecht, 38,3%.

Para Wainberg, da Suno, a postura adotada pela Petrobras no atual governo não parece favorecer a venda de um ativo como a petroquímica, com atividades no Brasil, Estados Unidos, México e Alemanha. “Estou achando mais fácil que ela resolva comprar e fechar o capital da Braskem. A estatal tem tamanho para isso”, diz o analista. “Ela também tem o direito de preferência na compra e vai ter de se manifestar sobre isso nos próximos meses. Ou seja, vai ter de definir se adquire ou vende junto.”

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