O volume de vendas do varejo brasileiro superou as projeções do mercado e registrou um crescimento de 0,8% em março deste ano, na comparação com fevereiro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (17/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta do comércio varejista foi de 3,2%, o oitavo resultado positivo consecutivo nessa base de comparação. No primeiro trimestre, o crescimento foi de 2,4%.
Segundo o IBGE, no acumulado de 12 meses até março, as vendas subiram 1,2%.
O desempenho do varejo foi bem superior à estimativa do consenso Refinitiv, que projetava uma queda de 0,8% nas vendas em março. Na comparação anual, a estimativa era um recuo de 0,1%.
Na avaliação do gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, a alta de 0,8% em março mostra que o setor deixou para trás a estabilidade nas vendas registrada em fevereiro.
“Além disso, ao observarmos os últimos três meses juntos, vemos ganho de patamar de 4,5% em relação a dezembro do ano passado, último mês de queda”, afirmou.
Análise
Para Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, o resultado do varejo indica um momento positivo para a economia brasileira, o que deve se refletir no Índice de Atividade Econômica do Banco Central, o IBC-Br, considerado a “prévia” do PIB.
“Com os números de março, observamos todos os setores da atividade econômica no campo positivo. Com isso, projetamos um IBC-Br de 0,5% no mês”, afirma.
“Apesar da surpresa positiva no varejo, entendemos que a restrição e o encarecimento do crédito, em conjunto com o alto comprometimento de renda das famílias, devem seguir pesando nos itens de maior valor agregado”, pondera Caruso.
