O empresário Nelson Tanure, que tem participação em empresas como Gafisa e Alliar, comprou parte das ações que a BlackRock – maior gestora de recursos do mundo – detinha na distribuidora de energia Light, que vive grave crise financeira.
Com a aquisição de parte das ações, Tanure alcançou 10% de participação no capital da Light. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o empresário agora pretende apresentar aos credores e demais acionistas da companhia um plano de recuperação.
O plano de Tanure era se transformar em um acionista relevante da Light, em um momento de baixa das ações da empresa. Os papéis da companhia derreteram mais de 20% neste ano, em meio a um processo de reestruturação financeira. Nos últimos dias, as ações da Light se recuperaram.
Não é a primeira vez que Tanure decide investir em uma empresa que passa por dificuldades. Isso já aconteceu com a Oi, em 2016, e com o laboratório Alliar, mais recentemente.
Nesta semana, a Light informou ao mercado que a BlackRock reduziu sua participação na empresa de 9,29% para 2,9% do capital.
Crise na Light
Desde o início do ano, comenta-se que a Light poderia pedir recuperação judicial, o que não se confirmou até o momento. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa na bolsa recuaram mais de 56%.
Em abril, a Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido da Light e determinou a suspensão por 30 dias, prorrogáveis por mais 30, do pagamento das dívidas da empresa.
A Light, que distribui energia para 31 cidades do estado do Rio de Janeiro, tem dívidas de mais de R$ 11 bilhões, dos quais R$ 7 bilhões em debêntures e R$ 3,1 bilhões em títulos emitidos no exterior.
Na terça-feira (2/5), a empresa anunciou ao mercado a nova presidência de seu Conselho de Administração. A Light elegeu Abel Alves Rochinha para a presidência e Firmino Ferreira Sampaio Neto como vice-presidente do colegiado.
