O empresário Saul Klein, filho mais novo de Samuel Klein – fundador das Casas Bahia, morto em novembro de 2014 – recorreu à Justiça para questionar a partilha da fortuna deixada pelo pai à família.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, os advogados de Saul procuraram a polícia e conseguiram a instauração de um inquérito para investigar suposto crime de estelionato envolvendo documentos utilizados na divisão da herança de Samuel Klein.
De acordo com a defesa de Saul, há a suspeita de que as assinaturas de Samuel teriam sido falsificadas em quatro alterações no contrato social das Casas Bahia, ocorridas nos dois últimos anos de vida do empresário, conhecido como o “rei do varejo” brasileiro.
Os advogados de Saul alegam que a assinatura de Samuel Klein também teria sido falsificada no testamento, de agosto de 2013.
Ainda segundo a acusação, o principal beneficiado pelas alterações teria sido o primogênito Michael Klein e seus filhos. Já as alterações societárias das Casas Bahia teriam causado a diluição de capital e o cancelamento de parte das ações de Samuel na companhia, fazendo com que Michael se tornasse o maior acionista.
“Considerando a gravidade dos fatos noticiados no requerimento, bem como as conclusões periciais alcançadas nos pareceres técnicos apresentados, vislumbro a existência de indícios da prática de crime de estelionato e (…) determino a instauração de inquérito policial”, anota a delegada Ana Lúcia de Souza, do 78º Distrito Policial, dos Jardins, em São Paulo.
O que diz a defesa de Michael Klein
De acordo com os advogados da Michael Klein, o inquérito instaurado pela polícia é uma “representação improcedente, infundada e espúria” e as denúncias apresentadas pelo irmão não tem embasamento.
Segundo a polícia, a delegada deve agora ouvir os acusados e solicitar a coleta e a análise dos documentos originais pelo Instituto de Criminalística, para apurar se houve ou não falsificação.