O Santander, terceiro maior banco privado do país, encerrou o quarto trimestre de 2022 com um lucro líquido gerencial de R$ 1,689 bilhão, segundo dados divulgados pela instituição financeira nesta quinta-feira (2/2).
O resultado representa um tombo de 56,5% na comparação com o mesmo período de 2021. Já em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o recuo foi de 46%.
O resultado do Santander em 2022 ficou abaixo das expectativas do mercado. O consenso Refinitiv projetava um lucro líquido de R$ 2,864 bilhões – a diferença foi de 41%.
No total de 2022, o Santander registrou um lucro gerencial de R$ 12,9 bilhões, o que corresponde a uma queda de 21% em relação ao ano anterior.
O lucro líquido gerencial é o indicador de lucro preferencial utilizado por investidores e acionistas.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram em R$ 7,364 bilhões, um aumento de 18,6% em relação ao trimestre anterior e de 99,4% em relação ao mesmo período de 2021.
Influência do caso Americanas
Ao tratar das provisões, o banco não cita diretamente o caso envolvendo a Americanas – que entrou em recuperação judicial e está mergulhada em dívidas estimadas em R$ 43 bilhões, com mais de 16 mil credores –, mas diz que as despesas foram impactadas por um “evento subsequente” no crédito de atacado que afetou esse segmento. De acordo com a lista de credores, o Santander tem R$ 3,65 bilhões a receber da varejista.
“Iniciamos um processo de ajuste operacional no quarto trimestre de 2021. Buscamos nos posicionar adequadamente para enfrentar um ambiente macroeconômico que se provava mais desafiador, com potenciais repercussões nas dinâmicas de crédito”, diz o CFO do Santander Brasil, Angel Santodomingo, em comunicado.
Segundo o dirigente do banco, o Santander inicia este ano com um balanço sólido e uma carteira de crédito de qualidade. “Continuaremos a crescer de forma sustentável”, afirma Santodomingo.
