Na linha “até que as dívidas nos separem”, 52% dos brasileiros acreditam que a situação financeira impacta diretamente no relacionamento amoroso. Além disso, apenas 45% dos casais sabem qual é o salário do(a) parceiro(a) e 85% não têm conta bancária conjunta. Para completar, 19% dizem que já tiveram o nome negativado por causa da pessoa com quem convivem – ou conviveram.
Esses dados fazem parte da mais recente pesquisa da Serasa sobre as finanças de casais, concluída pouco antes do Dia dos Namorados, comemorado na segunda-feira (12/6). O levantamento ouviu 1.456 pessoas em todo o país, entre os dias 30 de maio e 5 de junho.
No quesito divisão de contas, a maioria dos entrevistados (40%) prefere repartir as despesas igualmente entre os parceiros. Apenas 5% revelam que não ajudam nas finanças do casal. A enquete mostra ainda que conversas sobre o planejamento financeiro são um hábito mensal para 60% dos entrevistados.
Na avaliação da psicóloga Valéria Meirelles, da Serasa, optar por contas conjuntas, por exemplo, é algo que exige maturidade do casal. “É preciso deixar claro que essa seria uma conta do relacionamento e definir o quanto cada um pode contribuir, demonstrando a necessidade de falar abertamente sobre o tema dinheiro”, diz.
Valéria observa que “por mais que os casais saibam que é importante ter alguma ‘intimidade financeira’, o mito segundo o qual ‘falar sobre dinheiro desgasta a relação’ ainda é muito presente”. “Na prática, deveria ser o contrário”, afirma a especialista.
A pesquisa mostrou ainda que a fatura do cartão de crédito é apontada como a forma mais utilizada para a organização financeira dos casais (27%), seguida pelo extrato online da conta bancária (22%).
Entre pessoas separadas, os problemas financeiros aparecem em segundo lugar (27%) como o principal motivo para o fim da relação. Ele fica atrás apenas das dificuldades de comunicação (41%). “Falar sobre dinheiro não é romântico, mas é necessário”, diz Valéria.